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O Grêmio é Negro, Azul e Branco

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Da redação ac24horas

Quase 2 anos atrás.
13 de setembro de 2012, meu aniversário.
Estava em Porto Alegre, onde tinha ministrado uma palestra sobre Gestão de Projetos.
Tão logo cheguei ao hotel, recebi a ligação de um amigo, um gremista fanático, Beto Xavier.
Ele me convidou para passar meu aniversário no estádio Olímpico.
Assistir ao jogo Grêmio x Náutico, este era o convite.
Estava muito cansado, mas aceitei.
Nos encontramos em um bar perto ao estádio.
Pessoas muito animadas, uma festa étnica, como o futebol é.
Durante o jogo, uma torcida fanática que gritou o tempo todo.
Difícil não se empolgar.
Não me tornei gremista, por conta de uma dramática derrota em 1981 rs rs.
Era uma das últimas partidas no, agora, antigo estádio Olímpico.
Vitória por 2 a 0.
O clima já era de saudade.
Para os próximos dias, estava agendado um abraço simbólico no estádio.
Simplesmente emocionante.
Algo inimaginável para aqueles 32 homens que fundaram um time ainda em 1903.
Uma equipe com forte viés regionalista.
Este é o fato histórico.
Inclusive isto motivou o surgimento de seu maior rival, o Internacional, em 1909.
Aliás, o próprio nome, por conta da equipe colorada permitir a participação de atletas de outros estados, não apenas aqueles com ascendência europeia, sobretudo alemã.
Este é a versão oficial.
Muito embora, o próprio Grêmio tenha sido criado a partir da iniciativa de um paulista, Cândido Dias da Silva.
Já durante a década de 1920, há registros de jogadores afro-descendentes em seus quadros.
Assim como em quase todas as equipes do futebol brasileiro eram poucos os negros em campo.
Há registros que sinalizam impedimento de contratação de jogadores negro na equipe gaúcha.
Apenas quase 50 anos depois, em 1952, o Grêmio rompeu uma importante barreira, ao contratar pela primeira vez em sua história um atleta negro, Tesourinha.
Um dos últimos grandes clubes brasileiros a fazer isso.
Não parou por aí…
Um ano depois, seu hino foi escrito por outro negro, Lupicínio Rodrigues.
Seu primeiro jogador convocado para a seleção brasileira em uma Copa do Mundo foi um negro, Everaldo, em 1970.
Após a conquista da Copa do Mundo, Everaldo foi homenageado com uma estrela na bandeira do clube.
Pois é, a estrela dourada da bandeira gremista é do negro Everaldo.
Nenhum clube brasileiro tem isso, só o Grêmio.
Enfim, a história evidencia: O Grêmio não é racista.
É negro também… muito negro
Ainda assim, a punição recebida por conta do episódio do goleiro Aranha foi justa.
Certamente uma mancha na história do centenário clube.
Que seja um marco.
Algo precisava, e sempre precisará, ser feito para situações como esta.


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