Eleições: Um “cheque em branco” para o PT do Acre

Faltando um mês para as eleições a dúvida é se a disputa para o Governo do Acre irá ou não para o segundo turno. As pesquisas são muito confusas e não dão uma pista concreta do que pode acontecer. Nenhum dos institutos que fizeram as sondagens por aqui são 100% confiáveis. Além disso, depois que entrou o horário eleitoral gratuito e houve o primeiro debate entre candidatos na TV Juruá não teve mostra de novos números. Agora, se a eleição for resolvida no primeiro turno com a vitória de Tião Viana (PT), uma coisa é certa, será um cheque em branco para os atuais gestores do Estado. Significará uma concordância da população com o atual estilo de governar. E ninguém terá mais do que reclamar. Se isso acontecer, as urnas estarão dizendo que a saúde, a segurança, o emprego, a política social e a educação estão satisfatórias e ponto final.

O jogo
No atual modelo eleitoral brasileiro o segundo turno tem a função de aprofundar o debate de propostas. As alianças políticas têm que ser refeitas e a divisão do “bolo” redistribuída. É um instrumento forte da democracia. Mas quem decide ser quer usá-lo é o eleitorado.

A questão da reeleição
Sou completamente a favor do sistema atual de reeleição. Acho que quem governou tem o direito de concorrer mais uma vez e dar continuidade ao seu trabalho, caso a população queira. O candidato terá seu trabalho avaliado pelos eleitores.

Eleição plebiscitária
Apesar de a atual eleição ter quatro candidatos ao Governo, o modelo plebiscitário adotado no Acre, ainda vigora. Não vejo ninguém “fanático” por qualquer um dos oposicionistas. Mas sim votos de protesto contra o atual Governo.

Quais as “boas mudanças”?
Pelo menos nos programas eleitorais que assisti até agora não vi propostas concretas. Os marqueteiros da FPA deveriam mostrar melhor qual a proposta de uma nova gestão. Além do que já foi feito.

A concluir
O que existem são projetos que não se concretizaram. Como é o caso da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), Ruas do Povo e Cidade do Povo. Bons projetos, sem dúvida, mas que não foram concluídos em quatro anos como se esperava.

Ajuste necessário
Que o atual governador trabalhou muito não resta dúvida. Mas na minha avaliação existem membros da equipe de Governo que se “escoraram”. Deveria ter havido um ajuste de equipe após os dois primeiros anos de gestão.

Coisas de gestão
É natural em qualquer gestão algumas peças não se ajustarem. Nesse caso, o melhor é trocá-las. Mas não foi isso que aconteceu e alguns secretários acabaram jogando mais contra do que a favor. Por exemplo: quem não se lembra dos “apitos”?

Militante “invisível”
Segundo uma fonte de Tarauacá a maior adversária do PC do B no município é a mãe do prefeito Rodrigo Damasceno (PT), Bebé Damasceno. Dizem que a mulher não pode nem ouvir falar nos comunistas. E faz campanha silenciosa pros seus adversários.

Juventude do contra
A mesma fonte garante que a Juventude petista também não se bica muito com a os jovens comunistas da UJS. Essa questão entre comunistas e petistas de Tarauacá já é antiga. Desde o tempo em que Moisés Diniz (PC do B) era vice do prefeito Jasone (PT).

Salto pra cima
Entre os atuais vereadores de Rio Branco que concorrem às eleições três estão se destacando durante a campanha. Raimundo Vaz (PRP) para federal e, Eliane Sinhasique (PMDB) e Artêmio (PSDC) para estadual.

A pedra no sapato do Sibá
A candidatura de Idésio Franck (PT) a federal era tudo que Sibá Machado (PT) não precisava à sua reeleição. Os dois disputam votos no mesmo nicho eleitoral. Sindicatos rurais e a região do Alto Acre. Quem vai levar a melhor só as urnas dirão.

Saindo faíscas
Uma disputa intensa de votos para deputado estadual ocorre em Rodrigues Alves e Mâncio Lima. Os atuais candidatos à reeleição Jonas Lima (PT) e Maria Antônia (PROS) são os protagonistas. Os dois têm bases eleitorais fortes nos citados municípios do Juruá. Quem for mais votado sairá fortalecido para indicar candidatos às prefeituras em 2016.

Pano de fundo
Jonas e Maria tem por trás deles o atual prefeito de Rodrigues Alves, Burica (PT) e, o ex-prefeito Dêda (PROS). Ambos apoiam Tião Viana pro governo. Quem levar a melhor terá “mais lenha pra queimar”, caso o próximo governo seja da FPA.

A “carona” dos tucanos
Como Aécio Neves (PSDB) não decolou nas pesquisas à presidência já está claro a linha de passe com a candidata Marina Silva (PSB). No Debate do SBT, Aécio afirmou que só ele e Marina têm propostas para fazerem as mudanças que o Brasil precisa. Nos programas eleitorais de TV a mesma coisa, Aécio não faz críticas diretas à Marina afirmando que o adversário comum é o PT. Com essa “carona” parece que os tucanos querem dizer que se Marina ganhar ajudarão a dar governabilidade ao país. É fato que o programa econômico de Marina se parece mesmo com o do PSDB. Mas ainda falta um mês para eleição e tudo pode acontecer.