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Conflito por terras acirram os ânimos no Bairro Boa Vista, na invasão da Sanacre

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Da redação ac24horas


Às vésperas das eleições, estado e município têm que administrar mais uma crise por falta de habitação. Cerca de 30 famílias que invadiram uma área próxima da ETA II, Bairro Boa Vista, acusaram na manhã de hoje (27), fiscais da prefeitura municipal de Rio Branco de fazer ameaças e de terem destruídos seus barracos. Eles voltaram a ocupar o local descontentes com as promessas da Secretaria de Habitação e Interesse Social.


“Eles chegaram aqui dizendo que nós poderíamos ser presos, depois nos levaram para ouvir somente promessas, estamos de saco cheio de promessas”, disse Alex Oliveira, o líder do movimento de sem-teto.


A área de cerca de mil metros quadrados, serve, segundo os invasores, para prática de estupro e tráfico de drogas. Uma promessa antiga, ainda do ex-prefeito Raimundo Angelim, era de tornar o local em uma praça pública e área de lazer. Nunca saiu do papel.


“Aqui mataram uma mulher, a noite é cobrado pedágio, então se o estado não zela, vamos habitá-la, dar para quem mora de aluguel e não ganhou uma casa até hoje”, protestou Eliane Martins.


Eliane tem uma filha que não foi contemplada com nenhum programa habitacional do governo. Ontem pela manhã os moradores fecharam a estrada da Sobral para chamar a ateção das autoridades.


O secretário de articulação comunitária do município, Manoel Lima, foi quem negociou a abertura do trânsito e encaminhou o assunto para a Secretaria de Habitação e Interesse Social (Sehab) do governo do Estado.


“O compromisso assumido pelo município foi de limpar a área. A questão de moradia foi encaminhada para a Sehab que deve fazer o recadastramento de quem já foi inscrito em programas habitacionais e o levantamento de quem realmente precisa de um lugar para morar”, disse Manoel Lima.


Mesmo com as garantias firmadas em reunião entre as partes, no final da tarde de ontem as famílias voltaram a ocupar a área que faz limites com a ETA II e levantar novamente os barracos.


“Só saímos daqui quando nos disserem dia e local onde teremos moradia digna. Tem um monte de casas do governo prontas no Cabreúva sem ninguém habitar, porque o governo não entrega essas casas?”, questiona Eliana.


Os fiscais acusados de fazer ameaças não foram identificados pela reportagem. Manoel Lima garantiu que o município vem agindo dentro da lei.


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