Médica é acusada de preconceito ao chamar paciente de “gorda”, ameaça a irmã e caso vai parar na delegacia; cirurgiã nega e hospital apura o caso

A médica cirurgiã Fernanda Vendete está sendo denunciada por suposta ameaça à dona casa Maria de Jesus, irmã da paciente Maria de Nazaré, do Hospital das Clínicas, que há duas semanas foi submetida a uma cirurgia plástica e por pouco não foi a óbito por falta de antibiótico na unidade de saúde, mas que graças a denúncia veiculada em ac24horas foi atendida como deveria e recebeu alta em bom estado de recuperação.

As supostas ameaças foram proferidas na quinta-feira, 14, em um dos corredores do Hospital das Clínicas do Acre – HC. Maria de Nazaré, autora da denúncia que levou a direção da unidade a abrir sindicância para saber se houve negligência no atendimento, acompanhava sua irmã, que voltou ao hospital para fazer um curativo, e ao se deparar  com a médica responsável pela cirurgia ouviu palavras de ameaça e de discriminação e preconceito.

“A doutora Fernanda Vendete me viu e disse – apontando o dedo na minha cara – que eu era barraqueira, que não houve nenhuma infecção e que aquilo tinha acontecido (a secreção que descia da cirurgia), era porque a minha irmã era uma gorda… e disse na frente de todo mundo que não sabia o que ela era capaz de fazer caso eu denunciasse ela no Ministério Público”, contou a irmã da paciente, que informou o caso à direção do Hospital das Clínicas.

Ainda na noite de ontem (quinta, 14), após  receber as ameaças, Maria de Jesus foi até uma delegacia e registrou um boletim de ocorrência.

A reportagem de ac24horas ouviu a cirurgiã Fernanda Vendete, que negou tudo e relata que, ao contrário, ela foi ameaçada por Maria de Jesus. “Ela que ameaçou dizendo que me levaria no Ministério Público. Eu até vou abrir uma ação contra ela por calúnia e difamação. Nunca ameacei ela e ela me falou que ia chamar o Ministério Público. E eu disse a ela que a irmã dela nunca teve infecção, e quem apontou o dedo na minha cara foi ela. Tem muita gente de testemunha”, garante.

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A médica também nega que tenha tratado a paciente com discriminação ou preconceito, chamando-a de “gorda”.

“O que eu falei foi que a irmã dela teve necrose de gordura, que todo paciente obeso, gordo, tem necrose de gordura. Fica saindo aquela gordura. Foi isso que aconteceu”, defendeu-se.

O caso foi denunciado por Maria de Jesus à superintendência do HC. Na manhã de sexta feira, 15, o superintendente do hospital, Carlos Eduardo, disse que já está apurando as possíveis ameaças e afirmou que esse tipo de comportamento é reprovado pela direção do Hospital das Clínicas.

“Não aprovamos esse tipo de tratamento de médicos para com os pacientes. Ainda estamos apurando para saber o que aconteceu e vamos acrescentar ao processo já aberto esse fato, já que trata-se das mesmas pessoas, tanto a denunciante, como a médica e a paciente”, informou.