O superintendente do Hospital das Clínicas do Acre, Carlos Eduardo Alves, recebeu a reportagem do ac24horas nesta quarta-feira, 5, nas dependências da Unidade de Saúde para esclarecer as últimas informações divulgadas dando conta que estaria faltando medicamentos e materiais de uso hospitalar. “Aqui tudo é transparente”, disse ao receber os jornalistas.
E de cara o gestor do HC volta a reafirmar que não existe a falta de medicamento e nem de materiais, e que o caso envolvendo a paciente Maria de Nazaré, 32, denunciado novamente por sua irmã, Maria de Jesus, “foi apenas uma falta de comunicação”.
Sobre a possível negligência, denunciada inicialmente pela família da paciente que alegou que após sete dias do pós-operatório, Maria de Nazaré, teria sido diagnosticada por uma infecção por falta de antibiótico, Carlos Eduardo relata que a medicação existia, mas não havia sido prescrita pela médica responsável pelo caso .
“Por se tratar de uma cirurgia limpa, a abdominoplastia é caracterizada pela retirada de pele, então a médica resolveu não prescrever antibiótico. Isso tudo depende da conduta do médico, tem médico que faz a prevenção com antibiótico e outros que não pedem por se tratar de uma cirurgia limpa. Ai em determinado momento deve ter tido algum descuido e quando foram ver, a paciente estava infectada”, explicou o superintendente.
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Acompanhado de seus assessores, Carlos Eduardo concedeu a entrevista andando pelos corredores do maior e mais completo hospital do Acre. Ele fez questão de mostrar a farmácia do HC e como é feito todo o procedimento de medicação para os pacientes.
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Segundo o gestor, nenhum dos medicamentos citados pela irmã da paciente está em falta. Ele pediu que a reportagem registrasse com fotos a farmácia e almoxarifado, aonde é guardado os medicamentos e os materiais de uso hospitalar.
“A questão de não ter a Neomicina foi uma falta de conversa. A enfermagem, quando ver no prontuário que precisa do medicamento, ela pode alegar que não tem, mas neste caso especifico, outro remédio que causa o mesmo efeito é aplicado sob orientação do médico. Com relação a antibióticos, de repente não tem determinado medicamento no hospital, não tem o especifico X, mas tem cerca de 11 que tem o mesmo efeito – princípio básico, os chamados similares. Então eu acredito que toda essa confusão deva ter sido causada por falta de comunicação”, relatou Carlos.
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Com uma farmácia dentro do HC funcionando 24 horas, Carlos Eduardo afirma que mensalmente o Estado gasta cerca de R$ 700 mil somente com aquisição de medicamento para a Unidade de Saúde, mas que apesar de todo o “esforço”, a compra de medicamento passar por todo um processo burocrático, que vai desde a licitação, compra e distribuição dos itens. O gestor revelou que muitas vezes as grandes empresas farmacêuticas preferem vender para os grandes centros do que para o Acre, onde a demanda é bem menor.
“As vezes tem licitação de determinado item, que a empresa não tem interesse de entregar no Estado, mas ai tem o médico que só prescreve aquele medicamento, mas sendo que na nossa Farmácia temos vários que causa o mesmo efeito”, frisa o gestor.
O superintendente destacou que a paciente Maria de Nazaré se encontra bem e deve receber alta nas próximas semanas. “Eu disse para a irmã da paciente que o foco principal é resolver o problema da dona Maria e isso está sendo feito. Eu só posso dizer que tudo isso que aconteceu foi uma falta de conversa ou comunicação, mas que por parte da Diretoria tudo caminha normalmente”, finalizou.