Finalmente o glorioso Atlético Acreano, carinhosamente chamado de Galo do 2º Distrito pelos seus torcedores, ganhou umazinha na série D. Foram necessárias três tentativas. Na estreia, em casa, como todo mundo sabe, foi aquele zero a zero chatíssimo contra o amapaense Santos. No segundo jogo, as coisas pioraram: derrota para o Genus, em Porto Velho.
Mas esse jogo de domingo não foi nem um pouco fácil. Pra começar, um susto: mal iniciado o combate, o São Raimundo foi pra cima e deixou o seu gol nas redes do Douglas. O ataque roraimense se movimentava com leveza e agilidade, enquanto a defesa do time acreano parecia composta por bonecos de pebolim, tal a dificuldade de acompanhar os adversários.
O Atlético tomou o gol e continuou levando sustos durante todo o primeiro tempo. É certo que também perdeu algumas chances de marcar, mas quem esteve mais perto de ampliar foi o São Raimundo. Felizmente, os atacantes do time visitante resolveram relaxar na pontaria. Isso fez com que o Galo acreano retomasse o controle depois da conversa no intervalo.
O segundo tempo configurou-se totalmente diferente. O São Raimundo adotou a tática de atrair o Atlético para o seu campo, esperando um bom instante para contra atacar. Foi o seu mal. O Galo foi tocando a bola, envolvendo o meio campo adversário, dominando o jogo, aqui e ali fazendo uma blitz com até seis jogadores e, então, acabou marcando.
Era pedra dura a defesa do São Raimundo, assim como era água mole o ataque do Atlético. E bem de acordo com o adágio popular, de tanto essa água mole bater naquela pedra dura, acabou furando-a. Juliano César foi o iluminado que fez o gol de empate. Fez o gol e saiu segurando a própria camisa na altura da gola, como se chamasse a atenção de si mesmo.
O empate ainda era legal para o São Raimundo. Reza a cartilha que empate na casa do adversário configura-se de ótimo tamanho. O raciocínio lógico é o de que se o time empata fora, pode muito bem ganhar quando jogar em casa. Tanto o empate ainda era legal para eles que os roraimenses enrolaram o mais que puderam para mandar a bola ao meio do campo.
Azar deles. A bola costuma punir quem abdica de jogar em algum momento do combate. O sangue azul do Galo encontrava-se em plena efervescência. E assim, quatro minutos depois veio a virada, por via dos pés do volante Ismael. Uma espécie de pintura, aquarela, ou coisa que o valha, que teve o poder de fazer o Atlético voltar a pensar em classificação.
Enquanto isso, lá do outro lado da Amazônia, mais especificamente das montanhas amapaenses do Tumucumaque, os pássaros traziam notícias de que o Rio Branco chegara à ponta da tabela ao bater o Santos local. Fim de semana como esse para o futebol acreano, com os dois representantes na série D ganhando, só se tiver outro igual. É o que a galera espera. Amém!