O “reajuste salarial” de Francisco Francisco Pianko, (acusado de abuso sexual de crianças e adolescentes indígenas) concedido pelo governador Sebastião Viana (PT) repercutiu no meio político na manhã desta segunda-feira (4).
Desafiado para um debate sobre “ética e honra” pelo gestor petista, o deputado federal Márcio Bittar disparou: “um governador que nomeia um acusado de abuso sexual de crianças não tem moral para falar de ética e honra”.
Bittar afirma que Sebastião estaria afrontando a população do Acre ao pagar com dinheiro público, pessoas acusadas de cometer crimes. “Quem concede mimos a acusados de crimes não pode propor desafios sobre ética”, diz o tucano.
O deputado federal questiona ainda as nomeações de Dimas Sandas, acusado de espancar a ex-mulher e do ex-secretário de obras, Wolvenar Camargo, que é acusado no escândalo da Operação G7. “É uma imoralidade”.
Márcio Bittar é o autor de um projeto que pede a exigência de ficha limpa no serviço público. Em 2011, o parlamentar apresentou na Câmara o projeto de Lei nº 1571/11, que disciplina as condições para a nomeação para cargos públicos.
A proposta de Bittar estende as regras da Lei da Ficha Limpa para o serviço público, nos mesmos moldes da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada em dois turnos no Senado Federal.
“Defendo esta medida para que uma pessoa seja nomeada em cargo público. O mesmo deveria fazer o governador do Acre, um político que faz apenas bravatas sobre o que seria ética e honra em um homem público”, finaliza Bittar.
O secretário de comunicação do governo do Acre, Leonildo Rosas rebateu as acusações de Bittar. De acordo com Rosas, nenhuma denúncia foi formalizada com provas contra Pianko, Sandas ou Wolvernar Camargo.
“Márcio Bittar é que foi financiado pelo irmão, um acusado de envolvimento com a conta fantasma Flavio Nogueira, um dos maiores escândalos da história do Acre. Ele é quem não tem moral para falar de nosso governo”, afirma Rosas.
O secretário destaca que a CPI que investigou Francisco Pianko foi encerrada sem formalizar nenhuma acusação contra o líder indígena. “No caso de Woilvenar, dois anos após o episódio, nada ficou provado”, garante.
Leonildo Rosas destaca ainda que no episódio envolvendo Dimas Sandas, sua ex-esposa negou qualquer tipo de agressão. “É fácil, uma pessoa que aparece de quatro em quatro anos, no Acre, tentar enxovalhar o governo”.
O secretário ainda acusou Bittar de fazer um mandato contra o governo do Acre. “Trata-se de um parlamentar omisso e obscuro que trabalhou contra o Ruas do Povo, Cidade do Povo e BR-364. Qual a moral deste cidadão?”, questiona.
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