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Felipão lembra político brasileiro

Depois de atribuir a derrota do Brasil frente a Alemanha por 7 a 1 a um “apagão”, insistir que a seleção jogou bem a Copa após a derrota contra a Holanda por 3 a 0 e dizer que voltou aos braços do Grêmio porque “precisa de carinho”, só posso definir Felipão como um típico político brasileiro.


Será que não existe a possibilidade do ex-técnico da seleção avaliar que o Brasil fracassou no mundial devido ao descaso nosso com o futebol praticado fora daqui e a arrogância de achar que o individualismo ainda sobrepõe ao coletivo em campo? Ou ainda de que os resultados positivos alcançados em amistosos, torneios menores e contra equipes sem tradição no mundial enganaram à realidade?


Felipão me lembra político fracassado, que volta ao seu curral eleitoral em busca de um último suspiro. Como o Campeonato Brasileiro é competitivo, mas nivelado por baixo, é possível que ele se dê bem no tricolor gaúcho.


Mas me encasqueta porque Felipão ainda não fez mea culpa, assumiu erros, apontou soluções, estabeleceu parâmetros sensatos, relacionou os méritos das outras seleções que disputou a Copa, indicou caminhos seguros.


Tem experiência para isso. Foi campeão do mundo em 2002. Muita gente esperava atitude mais nobre dele nesse momento difícil do futebol brasileiro.


Mas como um bom político brasileiro preferiu se esquivar, sair pela tangente, não ter vergonha, não mostrar arrependimento, jogar para galera, evitar o confronto sério, dizer palavras ao vento, contribuir pouco para o debate e proteger até a morte quem patrocina a incompetência nacional.


Nesse aspecto, o ex-coordenador técnico da seleção Parreira foi mais lúcido: aposentou-se.


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