A decisão do prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) de apoiar o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, vice na chapa de Dilma (PT), gerou polêmica na oposição. Alguns acharam que Vagner estaria ouvindo o canto da sereia e se desviando do caminho. Mas a deputada federal Antônia Lúcia (PSC) não pensa assim. Além de elogiar a decisão de Vagner, a deputada já avisou que apoiará o candidato à presidência do seu partido Pastor Everaldo Pereira (PSC). “Não vou abrir mão de apoiar no meu estado a candidatura presidencial do meu partido. Essa é a bandeira que vou levantar. Sou contra a infidelidade e a deslealdade. Fico impressionada com os partidos que apoiam a Dilma (PT) em Brasília e aqui fazem um discurso contraditório. Acho que o Supremo deveria se manifestar sobre isso para corrigir esse tipo de aberração. A infidelidade afeta a democracia e gera prejuízos econômicos para os nossos municípios,” disparou Antônia Lúcia.
Sabedoria
“Foi uma decisão sábia de Vagner Sales. Ele sabe que tem um superior hierárquico dentro do PMDB e que deve seguir a orientação partidária. O Vagner não poderia fazer diferentes,” afirmou Antônia Lúcia.
Para entender
Tanto o prefeito Vagner quanto a deputada Antônia Lúcia apoiam Márcio Bittar (PSDB) para o governo e Gladson Cameli (PP) ao Senado. Mas no plano nacional seguirão com os presidenciáveis dos seus partidos. E não o candidato de Bittar, Aécio Neves (PSDB).
Questão de fidelidade
Antônia Lúcia deu um exemplo do que pode gerar a infidelidade. “A deputada distrital do Distrito Federal Eliane Pedroza do PPS era a presidente da legenda. No meio do processo resolveu tornar-se a vice de Arruda para o Governo do DF. O presidente nacional do PPS Roberto Freire interveio e a afastou da presidência,” contou a deputada.
O caminho natural
Para Antônia Lúcia a interação entre os membros de um partido é fundamental para o seu crescimento e fortalecimento. “Não se pode despedaçar os partidos políticos no Brasil. Ter ações distintas em Brasília e no Acre conforme as conveniências pessoais,” disparou.
Nada demais
Entre os partidos da FPA haverá dissidência na hora do voto presidencial. Alguns estarão com Eduardo Campos (PSB) e outros com Aécio Neves (PSDB). Nem por isso o mundo vai se acabar. Na prática isso interfere muito pouco na eleição acreana.
Surfando na possibilidade
Encontrei com a deputada Antônia Lúcia, nesta quarta, 23, na ALEAC. Ela que sempre defendeu as Defensorias Públicas do Brasil estava empenhada para ajudar na aprovação da emenda à LDO de 1% para a entidade no Acre.
Independência ou morte
Depois de conversar com Antônia Lúcia cheguei a conclusão que será muito difícil alguém enquadra-la em modelos estabelecidos. Ela está fazendo um bom mandato e mantém-se fiel ao que acredita e fim de papo.
Carona do destino
Esse imbróglio dos recursos para a Defensoria Pública vai ajudar eleitoralmente o deputado Major Rocha (PSDB) que concorre para federal. Enquanto os deputados da base estavam “perdidos” Rocha disparava pesado contra o Governo.
Não sabe se vai ou se fica
O deputado Luiz Tchê (PDT), que também concorrerá a federal, reclamava muito nos corredores da ALEAC. Ele alegava não ter recebido nenhum orientação da sua bancada de como deveria agir em relação a emenda de Éber Machado (PSDC).
A hora do desgaste
As galerias da ALEAC estavam lotadas de pessoas ligadas à Defensoria. O líder do governo Astério Moreira (PEN) e o deputado Jamyl Asfury (PEN) foram impiedosamente vaiados durante os seus discursos na tribuna da Casa, nesta quarta, 23.
Apoio importante
O presidente da OAB-Acre, Marcos Vinícius também esteve na ALEAC para apoiar as reivindicações dos defensores públicos. Alguns juízes também estavam ajudando o coro dos descontentes.
Previdente
O presidente da ALEAC, Élson Santiago (PEN), passou a manhã despachando do seu gabinete. Ele conversava com os deputados da base para tentar levar a LDO à votação, mas com o emenda apreciada em paralelo. Assim Santiago evitou desgastes desnecessários.
Bola na arquibancada
As orientações à base governista, nesse caso da Defensoria, levaram os deputados para um cipoal. Ninguém imaginava que os defensores públicos conseguiriam uma mobilização tão grande. Além do fato, que o público presente a ALEAC era composto de pessoas que são formadoras de opinião. O desgaste para o Governo poderia ser evitado aprovando a emenda sem muito barulho e depois decidindo o seu destino na hora da votação do Orçamento em dezembro. Mas o embate aconteceu dentro do período eleitoral e passou uma imagem de intolerância por parte do atual Governo. É aquela história, às vezes, na política, a derrota contém a verdadeira vitória e vice versa. Agora, ninguém escapa de colher o que planta.
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