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Tolerância à corrupção e incompetência explicam atrasos no PAC, diz Bittar

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Apesar dos entraves burocráticos e problemas ambientais, o deputado federal Marcio Bittar (PSDB-AC) avalia que a corrupção é a maior causa dos problemas. Para o parlamentar, planejamento e orçamento tornaram-se “peças fictícias” durante os governos petistas, e a máquina pública tem sido usada para atender aos interesses do partido, em detrimento do país.


“Nós temos um governo sem valores. Não tem ética, não combate a corrupção e não sabe estabelecer prioridades. Planejamento e orçamento não significam nada para eles. Houve ainda muita corrupção neste governo. Fazem de forma descarada e não se envergonham, atuando sempre em prol de um tal projeto que é, na verdade, em prol do partido”, criticou, nesta segunda-feira (21).


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Exemplos


Segundo o tucano, casos como o do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) acontecem porque a corrupção alcançou níveis inéditos. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o projeto deveria ter sido concluído em 2011, a um custo de US$ 6,1 bilhões. O tribunal prevê que a obra será entregue em 2021, e a Petrobras subiu a previsão de gastos para US$ 30,5 bilhões. Já no balanço do PAC, a estimativa ficou para agosto de 2016, com gastos de R$ 27,8 bilhões.


O caso não é isolado. O valor da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, já aumentou 537% em relação ao orçamento inicial e só deve ficar pronta em 2015, quatro anos depois do previsto. O TCU apontou superfaturamento de R$ 69,6 milhões em preços e serviços para a implantação da refinaria. Erros na caracterização do solo provocaram aumento de R$ 210 milhões no investimento. Já um atraso na execução das obras das tubovias elevaram o valor da obra em R$ 510 milhões.


Os exemplos se sucedem: a Ferrovia Transnordestina é outro empreendimento que, se concluído, ajudaria o país a crescer, pois reduziria os custos de transporte e resolveria parte dos problemas logísticos. Estimada inicialmente em R$ 4,5 bilhões, deve consumir cerca de R$ 9,2 bilhões e ficar pronta, caso se concretizem as novas previsões, em 2016, seis anos depois do esperado.


Setor elétrico


O setor elétrico, que já vive dias de pane, é outro que sofre com o descaso do governo federal. As usinas hidrelétricas de Belo Monte, no Pará, Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, tiveram seus investimentos majorados em 312%, 80,4% e 108%, respectivamente. Quase todas as obras são investigadas pelo TCU por conta de irregularidades apresentadas. De acordo com o jornal “Correio Braziliense” desta segunda-feira (21), os empreendimentos estão repletos de superfaturamentos e erros na execução dos contratos.


É impossível ter confiança em um governo que elabora seus projetos tendo em vista o benefício próprio, avaliou o deputado Márcio Bittar. “Eles carregam em seu DNA o autoritarismo, o desgoverno, a partidarização, a instrumentalização e isso não tem como consertar”, lamentou.


Para o tucano, é preciso fazer uma varredura nos órgãos governamentais para acabar com a corrupção, o desperdício e a incompetência.


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