Fundação nega que grupo de quadrilheiros acreanos passe fome e sede em Fortaleza (CE)

O representante da “Quadrilha Malucos na Roça”, Danilo dos Santos Guimarães, desabafou na noite desta segunda-feira (21) pelas redes sociais, afirmando que acreanos passaram humilhação, fome e sede durante o Festival Nacional de Quadrilhas Juninas – que aconteceu em Maracanaú – região metropolitana de Fortaleza (CE). O retorno de uma das delegações foi adiado no início da noite de desta segunda. Segundo Danilo, o grupo foi expulso da Chácara onde estavam hospedados. A presidente da Fundação Elias Mansou (FEM), Carla Martins, negou que as delegações ficaram desassistidas. Cerca de cem pessoas tentam retornar ao Acre, entre elas, uma adolescente de dez anos que viaja acompanhada do pai.

Em sua postagem, Danilo revela que os problemas com as delegações que embarcaram em dois ônibus com destino à Fortaleza, aconteceram desde a saída de Porto Velho, “com veiculo quebrando e parando durante horas na beira das BRs”. Depois o líder da quadrilha “Malucos na Roça” conta que durante o evento, desde a recepção, vários foram os momentos de humilhação vividos pelos representantes do Acre.

A FEM nega que os acreanos tenham sido humilhados e que houve falta de alimentos e água durante o evento. Com relação à Kiko Sampaio – responsável pela recepção aos acreanos durante o Festival – Carla Martins informou que ele é um dos coordenadores da Quadrilha Beija Flor, uma das referências de Festas Juninas no Brasil.

“Ele [Kiko] disse para mim que dos 15 grupos que foram ao Festival, o Acre ficou no melhor alojamento e que ninguém ficou desassistido”, completou Carla.
O ônibus que saiu às 8 horas da manhã de hoje (22) transporta representantes dos municípios de Xapuri e Plácido de Castro, além de servidores da Fundação e brincantes “Malucos na Roça”. Outro veículo coordenador por Danilo está em trânsito.

DOCUMENTO COMPROVA DESABAFO DE DANILO:

A reportagem teve acesso à nota que foi enviada pela FEM para todos os representantes de quadrilhas do Estado, onde Carla Martins tenta explicar os problemas que aconteceram durante a viagem de ida das delegações. No documento, ela afirma que a vencedora da licitação para locação dos veículos foi a KAMPA Turismo. Relata ainda que a empresa não possuia o transporte licitado, mas que os serviços foram sublocados.

O conteúdo segue mostrando que a desconfiança com a qualidade de um dos veículos locados pelo governo do Acre aconteceu desde o embarque, em Porto Velho, manifestação que chegou ao conhecimento da Kampa [empresa contratada], que mesmo assim autorizou o deslocamento das delegações em um percurso de 4.216 km até Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza.

Danilo afirma que os veículos quebraram várias vezes. Mas, segundo a FEM apenas um dos ônibus teve problemas no ar-condicionado e foi obrigado a parar duas vezes durante o percurso.

“Faço aqui minha mea-culpa pelo fato de ter achado que seria possível e confiar nas autorizações que a empresa apresentou, crendo que daria tudo certo, porém, é importante lembrar mais uma vez que todas as ações empreendidas foram acompanhadas pela Liga em uma transação transparente e lícita. Em nenhum momento houve a intenção de frustrar a quadrilha, proporcionar uma viagem tão cheia de percalços”, desabafa Carla Martins.

O RETORNO DAS DELEGAÇÕES:

Ontem à noite, por volta das 23 horas, Carla Martins repassou a nossa reportagem as últimas informações sobre o grupo que ficou em Fortaleza por causa da pane em um dos ônibus. Via whatsapp ela confirmou que todos os 48 acreanos foram acomodados e alimentados. A Fundação vai acompanhar todo o percurso que será feito pelos veículos na volta para o Acre.

Danilo disse que vai procurar seus direitos assim que chegar ao Estado e que nunca mais participa do Festival Nacional de Quadrilhas viajando por conta do Governo. “Fomos jogados feito lixo”, concluiu o coordenador da Quadrilha.