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O exorcismo eleitoral do bem contra o mal

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Conversando com um dos candidatos que concorre ao Governo do Acre notei um detalhe que me deixou pensativo. Ele se referia aos seus adversários do PT como “turma do mal”, “necessidade de livrar o Acre do mal”, e outras colocações que mais parecem uma peleja entre Deus e o Diabo nas terras equatoriais. Por outro lado, parte da “turma do PT” também se refere à oposição como “pessoas do mal que querem destruir o Acre” e outras bobagens similares. Não dá pra entender nem um lado e nem o outro. Por que transformar a batalha eleitoral numa questão teológica? Existe um maniqueísmo estreito e estúpido nessa disputa do bem contra o mal. Os dois lados se acham do bem e acusam os seus adversários de serem do mal. Esse tipo de referência, na verdade, denota um despreparo enorme de entendimento do que realmente significa uma eleição. Acusações e referências como essas revelam ainda falta de proposta. É fácil demonizar o adversário e colocar-se como um “messias” salvador da pátria. Parem com isso e concentrem-se em propostas para melhorar a qualidade de vida dos acreanos. E deixem os eleitores escolherem qual a melhor. O resto é vaidade e vento que passa, como diria o Rei Salomão.


Petecão não está brincando
Já ouvi de pelo menos dois candidatos a deputado federal pela Aliança de oposição que o senador Petecão (PSD) está “jogando pesado” para eleger a esposa Marfisa Galvão (PSD). Tem até prefeito do PSDB que está apoiando a candidata.

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Surpresa
Esses dias um candidato foi convidado a ir para Porto Acre acompanhando a comitiva da Aliança. Quando chegou no evento estava todo alaranjado e o cenário preparado para a promoção da Marfisa. Os outros candidatos a federal tentaram vender o peixe, mas como se dizia na gíria, “já estava tudo dominado”.


Inocentes
Quem não sabia que o Petecão iria entrar de sola na eleição? Ainda mais com um mandato de senador. A eleição da Marfisa é uma questão de sobrevivência de Petecão. Se ela perder dificilmente terá chance de sonhar com a reeleição em 2018.


Exemplo do passado
Na eleição municipal na Capital, Petecão tentou eleger a irmã Lene Petecão (PSD). Ela ficou de suplente e tem alguma chance de assumir o mandato caso a vereadora Eliane Sinhasique (PMDB) consiga tornar-se deputada estadual.


Nem tão prioritário assim
Enfeitiçado pelo canto da sereia tucana o deputado estadual Major Rocha (PSDB) deixou uma reeleição certa para entrar na via federal. Em pouco dias de campanha já sentiu que o jogo é bruto. Tem prefeito do seu partido pouco se lixando para os planos da Executiva Nacional do PSDB.


Andando
Quem também já mostrou que vai jogar forte na eleição é o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). Tem subido e descido os rios do Vale do Juruá apresentando o seu filho Fagner Sales (PMDB), candidato a federal.


Salvação da lavoura
Flaviano Melo (PMDB) perderá votos no Juruá. Mas em compensação manteve o apoio do prefeito de Mâncio Lima, Cleidson Rocha (PMDB). E os peemedebistas mais antigos votam nele. Além do fato que a legenda ganhou com Fagner.


Terra prometida
Por falar em Juruá, o candidato a estadual Lourival Marques Filho (PT) tem feito campanha por aquelas bandas. Deverá ter a ajuda do ex-vereador Franco (PT). Só não sei se isso ajuda ou atrapalha.


Sonhos de presidente
Mal começou a campanha e já tem dois candidatos a estadual da FPA que sonham além dos votos à reeleição. Ney Amorim (PT) e Jamyl Asfury (PEN) se eleitos vão querer disputar à presidência da ALEAC, em 2015.


Chances reais
Mesmo se a oposição fizer o governador, a FPA, na minha avaliação, deverá continuar com a maioria na ALEAC. Os candidatos da coligação tem mais estrutura para a disputa pelo fato de terem permanecido próximos do poder por 16 anos. Assim o presidente deverá ser mesmo da FPA em qualquer circunstância.


Mulher forte
Assisti a uma entrevista da presidente Dilma (PT) esses dias na GloboNews. Não será tão fácil como se imagina derrota-la na disputa presidencial. Dilma está treinada e o seu discurso vai muito além do petismo tradicional.


Mensalão
A entrevistadora a fustigou com os temas corrupção e mensalão. Ao contrário de outros “companheiros” Dilma disse endossar a sentença do Supremo contra Zé Dirceu e companhia limitada. Afirmou que as instituições devem ser fortalecidas.


A causa da revolta
Pela entrevista dá para entender porque os petistas mais orgânicos não são fans da Dilma. Ela declarou não ter nada com a corrupção de alguns membros do seu partido. E refirmou o compromisso de usar a Polícia Federal para punir os corruptos.

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O outro lado
Aécio Neves (PSDB) me pareceu bem assessorado na campanha. As declarações do candidato que tenho visto pelo Youtube são muito bem feitas. O discurso é leve e de fácil assimilação. Só não sei se terá tempo para ficar conhecido nacionalmente.


A terceira via
O mesmo problema enfrenta Eduardo Campos (PSB). Ele não é conhecido dos grandes contingentes eleitorais do país, Rio, Minas e São Paulo. No Nordeste significa sim uma ameaça para a grande votação que o PT tem tido na região nas mais recentes eleições. Mas pela pesquisa DataFolha Dilma ainda lidera no Norte e Nordeste.


Casos similares
Fico curioso para saber como os eleitores vão se comportar em dois estados brasileiros que tiveram longa hegemonia do mesmo partido. Em São Paulo os tucanos governam há mais de 20 anos e, no Acre, o PT está no poder há 16 anos. Os dois candidatos da situação nos dois estados, segundo as pesquisas, lideram a corrida aos governos. Resta saber se o desgaste natural vai interferir ou não na vontade soberana dos eleitores paulistas e acreanos. Mas as chances de quem disputa uma eleição no “trono” são sempre maiores. Agora, o sentimento de mudanças manifestados em junho de 2013 por parte dos brasileiros vai ser colocado em check. O resultado de 2014 vai mostrar se era uma coisa de grupos ou um reflexo da vontade da maioria.


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