A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou hoje (11) que homens que fazem sexo com homens tenham acesso a medicamentos antirretrovirais na tentativa de prevenir novas infecções pelo HIV. A chamada profilaxia pré-exposição é uma opção para pessoas que não são soropositivas, mas que apresentam grande risco de contrair o HIV. O método consiste em tomar um único comprimido (geralmente, uma combinação de dois antirretrovirais) todos os dias. Quando adotada de forma consistente, a estratégia pode reduzir em até 92% novas infecções entre grupos de risco.
“Pela primeira vez, a OMS recomenda fortemente que homens que fazem sexo com homens considerem tomar medicamentos antirretrovirais como um método adicional de prevenção à infecção por HIV, juntamente ao uso de preservativo”, informou o órgão.
Por meio de nota, a organização destacou que os índices de infecção por HIV entre homens que fazem sexo com homens permanecem altos em quase todo o mundo e que novas opções de prevenção se fazem urgentemente necessárias.
A estimativa é que a profilaxia pré-exposição poderia reduzir entre 20% e 25% a incidência da doença nesse público, chegando a evitar até 1 milhão de novas infecções entre o grupo nos próximos dez anos.
Segundo a entidade, estudos indicam que homens que fazem sexo com homens têm 19 vezes mais chance de contrair o HIV do que a população em geral, enquanto o risco entre mulheres profissionais do sexo é 14 vezes maior do que entre as demais mulheres. Já mulheres transgênero (homens que se identificam como mulheres) têm quase 50 vezes mais chance de contrair o HIV do que os demais adultos. Para usuários de drogas, o risco também chega a ser quase 50 vezes maior que a população em geral.
“Falhas no provimento de serviços adequados relacionados ao HIV para grupos-chave – homens que fazem sexo com homens, presidiários, usuários de drogas, profissionais do sexo e pessoas transgênero – ameaçam o progresso global na resposta ao HIV”, alertou a organização.
Essas pessoas, segundo a OMS, apresentam maior risco de contrair infecção por HIV e, ainda assim, têm menos acesso à prevenção, aos testes rápidos e ao tratamento. “Em muitos países, elas são deixadas de lado por políticas nacionais de HIV, enquanto leis discriminatórias e políticas são as principais barreiras para o acesso”, acrescenta na nota.
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