Uma cena desperta a atenção dos usuários do sistema de transporte coletivo, que embarcam e desembarcam no ponto em frente à galeria do estádio José de Melo, na Avenida Ceará. Uma senhora, já em idade avançada, provavelmente moradora de rua, buscou abrigo no local para se proteger do frio.
Apesar de a parada ser bastante movimentada e barulhenta, ela dorme tranquilamente em um dos assentos, como se estivesse numa confortável suíte. Os pés estão descalços e os poucos pertences guardados próximos a cabeça.
O nome da anônima moradora de rua é desconhecido, mas os comerciantes que trabalham na galeria do estádio afirmam que ela sempre aparece por lá. ‘’Ela passa a noite e parte do dia, quando acorda pega suas coisas e desaparece da mesma forma misteriosa que surgiu’’, informa um vendedor.
Há algumas quadras dali, na Rua Floriano Peixoto, outra cena chama a atenção da sociedade. Um menor consome droga dentro de uma caixa de papelão, escondidinho no canto de um muro. Uma situação deprimente acompanhada com indiferença pela maioria das pessoas que passam pelo local.
Não existem números oficiais, mas o número de pessoas morando nas ruas da Capital aumentou consideravelmente nos últimos meses. São dependentes químicos, doentes mentais, hippies e menores infratores. Tanto no Estado como no município, não se tem conhecimento de políticas públicas voltadas para essa problemática.