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Jorge Viana vai tentar unir partidos da base em torno de Dilma no Acre

Por
Roberto Vaz

Não vai ser nada fácil. Mas o senador Jorge Viana (PT), que será o coordenador da campanha à reeleição de Dilma (PT), no Acre, quer os partidos que apoiam a presidente no plano nacional, em Brasília, na campanha. Pelo menos quatro desses partidos, PP, PMDB, PR e PSD são de oposição no Estado. Jorge tentará convencer as suas principais lideranças para que peçam voto para a presidente mesmo apoiando os candidatos de oposição ao Governo e ao Senado. Nesta quinta, dia 10, o vice presidente do Senado reuniu a imprensa no seu gabinete de Rio Branco para explicar como pretende cumprir a sua missão.


“O presidente do PT Ruy Falcão e a presidente Dilma me convidaram para coordenar a campanha presidencial no Acre. E temos aqui no Estado uma situação inusitada. Temos quatro grandes partidos que apoiam a gente no plano nacional, mas que são oposição no Acre. Acho natural que isso aconteça. Mas são partidos que têm ministérios e o vice-presidente. E não vou fazer cobranças, mas pelo menos conversar para que ajudem o Governo do qual fazem parte. Senão fica uma coisa estranha que merece explicações. Muitos deles ressaltaram o apoio que receberam ao longo desses anos e na hora da campanha vão votar contra o Governo do qual fazem parte? É importante que a gente separe as rivalidades paroquiais do plano nacional” afirma Jorge.


Mais de uma vez o senador acreano reafirmou que não se trata de imposição. “Esse vai ser meu papel. Não tenho inimigos. O que não se pode é colocar à frente a parte separando do todo. E o todo é a disputa para a presidência e depois a vem o Estado. Vou fazer uma coisa formal. O Michel Temer, por exemplo, é o presidente do PMDB e vice da nossa chapa. Quero conversar com essas lideranças, não posso cobrar, mas posso dialogar,” ressaltou.


Jorge Viana usa o exemplo da sua primeira eleição como governador. “Quando ganhei o Governo tinha o PSDB como vice. E não houve traição. Cada um defendeu o seu candidato. Como na FPA tem o pessoal do PSB que vai fazer campanha pro Eduardo Campos (PSB). Vou conversar sem prepotência ou arrogância para abrir esse diálogo no Acre com PP, PR, PMDB e PSD,” disse ele.


Confusão pro eleitorado
Indagado como o eleitorado poderia entender essa situação inusitada da oposição no Acre e pedir votos para Dilma, Jorge respondeu: “A disputa pelo Governo do país está acima das regionais. O PMDB é um partido importante e prioritário na nossa aliança no plano nacional. Vou buscar que algumas lideranças peemedebistas ajudem o presidente deles que é o Michel Temer. Acho mais fácil eles explicarem que estão com o Temer do que com outros,” salientou.


Fidelidade partidária
Para o coordenador de Dilma no Acre a questão de fidelidade partidária não será cobrada. “Ninguém tem o direito de cobrar nada de ninguém. A coordenação nacional não está falando disso. É um iniciativa minha de abrir diálogo com setores políticos que fazem parte formal do Governo da presidente Dilma. Por exemplo, o ministro das cidades é do PP. E acho natural que apoiem o grupo do qual fazem parte. Como coordenador tenho a obrigação de falar com as pessoas que fazem parte da base do Governo Dilma. E eles podem fazer a campanha da presidente Dilma apartados da gente. Verticalização obrigatória não existe mais e essa fidelidade partidária é uma coisa complicada atualmente. O que defendo é só o diálogo para estarmos juntos no plano nacional. Espero que no Acre a presidente Dilma possa ter sucesso pelo serviço prestado,” argumentou.


Reforma política
Jorge admitiu que essa confusão toda é causada por falta de uma Reforma Política. “As mudanças não saíram do papel por conta dos maus políticos que não querem que nada mude. Mas tem uma mudança importante em curso que é a retirada de empresas das doações de campanha. A Constituição é bem clara quando diz que só pode participar da eleição membros dos partidos políticos. Empresas não podem nem votar e nem ser votadas. Só quem é votado que pode participar. Empresas fazem negócios. Quando se empodera quem põe o dinheiro a eleição vira sinônimo de corrupção o que é péssimo para a democracia. Os mandatos atualmente estão com baixo prestígio porque a eleição virou sinônimo de corrupção. Apresentei um projeto que foi derrotado por ser inconstitucional e, agora, o Supremo tem um exatamente igual que já tem cinco votos a favor,” explicou.


A subida de Dilma no Acre
As pesquisas recentes no Estado mostram que a presidente Dilma tem uma situação pré-eleitoral melhor do que a do ex-presidente Lula (PT). Mesmo não estando presente como o seu antecessor. “O principal foco nosso é pedir votos para os eleitores darem a oportunidade para a presidente fazer um segundo mandato melhor que o primeiro. Acho que o povo acreano está fazendo a leitura correta de que o Estado experimentou mudanças para melhor graças também ao Governo Federal. A presidente Dilma está muito bem no Nordeste e no Norte porque as ações são mais visíveis. Só aqui em Rio Branco são 10 creches, as UPAs, o trabalho com os jovens com o PROUNI e o PRONATEC que envolve mais de 80 mil jovens, o Mais Médicos que beneficiou as prefeituras e o Governo do Estado. Acho que essas melhorias chegaram na ponta e podem repercutir na eleição,” finalizou.


 


 


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Roberto Vaz

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