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Em agenda no Acre, Chico Alencar diz que marqueteiros vendem sabonetes com embalagens novas

unnamedO deputado federal Chico Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro, em entrevista exclusiva ao ac24horas, alertou para os marqueteiros que vendem sabonetes com embalagens novas ao se referir sobre o modelo atual de fazer propaganda política no Rádio e na Televisão. No Acre para uma palestra sobre o movimento das ruas que completou um ano este mês, o carioca da gema disse que algum sacolejo vai ter nas eleições de outubro com relação à conscientização eleitoral no Brasil. Ele fez duras criticas ao PT, aos partidos e ao que chama de “democracia de baixa intensidade”. Na Universidade Federal do Acre, Chico Alencar lançou o livro: rua, nação e o sonho.


A entrevista com o deputado federal, historiador e professor, aconteceu no final da tarde de ontem (30) antes da caminhada programada por militantes do partido com Chico Alencar no centro de Rio Branco. Analisando o movimento das ruas e o legado da Copa do Mundo, ele afirmou que diferente do que aconteceu há um ano, existem milhares de movimentos pequenos em todo o Brasil.


“Mudou a forma de reivindicar que é diferente daquele momento que coincidiu com a Copa das Confederações, onde estava em andamento a construção de estádios caríssimos. A indignação continua, as lutas prosseguem. O morador da periferia reivindica todos os dias saneamento básico e segurança”, comentou.


Preso durante manifestações contra a ditadura, Chico Alencar vê a liberdade de escolha de nossos governantes como uma conquista, mas alerta para o momento em que o país vive uma democracia de baixa intensidade, “banal e meramente eleitoral”, acrescentou. O historiador afirma que esse modelo levou a FIFA escolher o Brasil como sede da Copa do Mundo, “para conseguir o maior lucro possível na realização do evento”, observou.


Em análise mais aprofundada do cenário atual, Alencar condenou o modelo dos partidos políticos que em sua opinião, viraram agrupamentos de interesses individuais e corporativistas.


“A eleição passou a ser uma peça publicitária onde você com muita grana e muito investimento consegue êxito”, refletiu.


O deputado do PSOL se lembrou do tempo em que campanha política era feita com ajuda de sociólogos, cientistas políticos, analíticos, equipe que ajudasse a pensar o Brasil ou o município e com capacidade de formulação.


“Hoje se chama um único profissional: o marqueteiro que vende um sabonete com nova embalagem. Se o cara é corrupto, coloca-o sorridente! Ou seja, vendem gato por lebre”, desabafou.


Na defesa do conteúdo programático como mais importante, o ex-petista cita o Partido dos Trabalhadores, do ex-presidente Lula, como uma sigla que pouco a pouca abandona suas bandeiras ideológicas, princípios, valores e limites éticos.


“Quem poderia imaginar que se via o Maluf abraçado com os deputados da base da presidente Dilma e candidatos do PT em São Paulo? Essa miscelânea política, do parece que o povo vai aceitar tudo, de não ter mais padrão, critérios, do inimigo de dia e aliado à noite, dos acertos por minutinhos de televisão, vai se acabar”, declarou Alencar.


Ele acredita que algum tipo de reação vai existir a partir desta eleição. Alencar finalizou a entrevista citando uma das frases de seu livro copiada do movimento de rua do ano passado: “não adianta aqui rugir como um leão e depois votar como um jumento”, concluiu.


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