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Com gols na prorrogação, Alemanha vence a Argélia por 2 a 1

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Da redação ac24horas

Schürrle substituiu Götze e fez o gol na prorrogação
Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS

Deu Alemanha. Mas foi com dor, muito suor e 120 minutos de um jogo eletrizante. A Argélia foi valente, atuou movida pelo desejo de vingar 1982, quando foi tirada da Copa em jogo armado por germânicos e austríacos. Mas valeu a camisa e a eficiência alemã.


O gol de Schürrle, no primeiro minuto da prorrogação, e o de Özil, no penúltimo, garantiram o 2 a 1 e lugar no Maracanã, sexta-feira, contra a França. Será um confronto de gigantes por vaga na semifinal da Copa.


Ficou para o Beira-Rio o prêmio de receber mais um jogaço. Quem imaginava superioridade dos germânicos viu um show de tática e objetividade da Argélia. O técnico bósnio Vahid Halilhodzic armou duas barricadas diante da área. Eram quatro zagueirões, reforçados por um volante, numa linha, e mais quatro adiante deles. O que fazia jogadores da qualidade de Götze, Schweinsteiger, Kroos e Özil virarem ilhas brancas em meio ao mar de jogadores de verde.


Essa dificuldade em trocar posições e passes, em ter a bola e o domínio do jogo, perturbou os alemães. Que começaram altivos. Mertesacker, zagueirão de 1,98m do Arsenal, nas primeiras vezes em que dominava, inflava o peito, olhava o horizonte e tocava a bola com segurança. Lahm, no primeiro lance, deu passe milimétrico para o lateral Mustafi, a novidade de última hora.


Isso foi nos primeiros cinco minutos de jogo. Depois disso, os argelinos atropelaram os alemães. Roubavam a bola e saíam em alta velocidade. Eram agudos, lancinantes. Geralmente acionavam o centroavante Slimani. E geralmente Slimani levava vantagem. Como aos oito minutos. Recebeu às costas de Mustafi, uma avenida, driblou Neuer, mas levou a bola para a lateral e permitiu a recuperação do goleiro.


A marcação firme e a saída vertical da Argélia deram um calor nos alemães na primeira e última noite de frio europeu desta Copa. O roteiro era o mesmo. Pela esquerda, Ghoulam e Soudani, pela direita Taider e Feghouli. Sempre acionando Slimani. Aos 10, ele entrava na área quando Mertesacker salvou.


O lance fez o estádio aderir à Argélia. Os africanos se fizeram ouvir com vigor: “one, two, three, viva L’Algerrrri”. Aos 14min, Feghouli driblou Boateng e Göetze, entrou pela direita da área e chutou para fora. No minuto seguinte, em contra-ataque, Ghoulam cruzou, Slimani cabeceou e fez gol. Mas estava impedido.


A força argelina tirou a confiança dos alemães. Mertesacker simplificava, com receio de Slimani roubar-lhe a bola. Neuer era quase volante. E não fosse isso, em dois ou três lances, teria levado o gol. Mustafi, zagueiro na Sampdoria, nem subia, nem atacava. Aos 18, pelo lado dele, Soldani recebeu às costas, entrou pela área e, em vez de cruzar, chutou para fora.


Joachin Löw, todo de preto, um gentleman à beira do campo, perdeu a elegância. Caminhou até a linha lateral e pagou geral. Os alemães até que tentavam se movimentar. Götze recuava para armar, Lahm saí para infiltrar, Özil buscava jogo na esquerda e na direita. Mas todos batiam na muralha verde à frente do goleiro Mbolhi.


Quando ameçavam, os alemães o faziam em cruzamentos para Müller ou chutes de fora da área. Aos 22, Müller recebeu visita na solitária verde em que viveu no primeiro tempo. Recebeu cruzamento de Özil. Mas cabeceou para fora. No lance seguinte, Özil tentou encobrir Mbolhi.


Os argelinos mantinham o controle e seguiam à risca sua estratégia, Marcavam e saíam rápido. Aos 28, Neuer saiu na intermediária e salvou nos pés de Slimani. Aos 38, Mostefa pegou rebote de primeira, Boateng desviou e congelou os alemães no estádio. A melhor chance alemã veio aos 40, quando Mbolhi rebateu chute de Kroos. Götze, livre na área, chutou, e o goleiro abafou a bola.


O primeiro tempo acabou, e os alemães saíram a jato para o vestiário. Os argelinos até esperaram um pouco mais. Saíram em bloco, como atuaram em todo o primeiro tempo.


Joachin Löw trocou Götze por Schürrle. Aberto na direita, o jogador Chelsea deixou a Alemanha mais aguda. O jogo, que era quente, ganhou intensidade. Aos três, ele chutou desviado. Na sequência, Mustafi cabeceou em cima de Mbolhi. A Argélia manteve-se fiel à estratégia do seu técnico bósnio. Aos seis, em contra-ataque de quatro cinco conta três, Slimani teve o chute bloqueado.


A Alemanha ganhou mais força e equilibrou as ações do jogo. Mas deixava espaços generosos. Khedira entrou no lugar de Mustafi, com lesão muscular. Lahm virou lateral-direito. Aos 25, viu, do ataque, Neuer sair na intermediária e salvar de cabeça o lançamento para Slimani. Três minutos depois, Feghouli chutou cruzado, com perigo. No lance seguinte, ele lançou Slimani, que chutou para defesa de Neuer. O estádio irrompeu em “Algerrrrriê”.


Os alemães não se acanharam. Com Müller, três vezes. Primeiro, ele fez grande jogada e cruzou para Schweinsteiger desviar. Aos 34, ele cabeceou, mas Mbolhi salvou – e também pegou o rebote de Schürrle. No minuto seguinte, dominou e chutou dentro da área, para fora.


O tamanho do incômodo alemão com a energia argelina veio aos 32. Em falta ensaiada, Müller correu, tropeçou e saiu cambaleando. Os 43.063 presentes no Beira-Rio riram, surpresos com o constrangedor tombo de um dos astros da Copa. Eles também não esperavam um jogo tão equilibrado e eletrizante que exigisse a prorrogação.


Gols, só no final


A Alemanha eficiente se mostrou logo a um minuto e meio. Mandi perdeu a bola na saída, Müller avançou e cruzou. Schürrle passava da bola e acertou o calcanhar na bola. Ela quicou e venceu o goleiro Mbolhi. Era o a 1 a 0.


Müller quase ampliou aos nove. A Argélia sentiu o gol e o cansaço. Ghoulam e Soudani saíram com estafa muscular. Mostefa ainda teve a chance de empatar aos 11. Só que nesta hora valeu a tarimba e a camisa alemã para administrar o jogo e garantir lugar nas quartas de final, contra a França.


No penúltimo minuto de jogo, Özil ainda fez o 2 a 0. Houve tempo, nos acréscimos, para Djabou descontar para os argelinos. Para Porto Alegre, ficam as boas lembranças de uma Copa de jogões, golaços e muita festa.


Copa do Mundo — Oitavas de final — 30/6/2014


ALEMANHA 2


Neuer; Mustafi (Khedira, 24’/2°), Boateng, Mertesacker e Howedes; Lahm (A), Schweinsteiger (Kramer, 3’/2° da prorrogação) e Kroos; Özil, Götze (Schürrle, int.) e Müller. Técnico: Joachim Löw


ARGÉLIA 1


M’Bolhi; Mandi, Halliche (A) (Bouguerra, 5’/1° da prorrogação), Mostefa, Belkalem e Ghoulam; Lacen; Taider (Brahimi, 32’/2°), Soudani (Djabou, 9’/1° da prorrogação) e Feghouli; Slimani. Técnico: Vahid Halilhodzic


Gols: Schürrle (ALE), 1min do primeiro tempo da prorrogação, Özil (ALE), aos 14min do segundo tempo da prorrogação e Djabou (ARG), aos 16min do segundo tempo da prorrogação.


Local: Beira-Rio (Porto Alegre)


Arbitragem: Sandro Meira Ricci, auxiliado por Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse (trio brasileiro)


Público: 43.063 torcedores


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