A guerra interna do PT na disputa pela Câmara dos Deputados provocou mais uma baixa dentro do partido: o vereador João Marronzinho, do PT de Cruzeiro do Sul. Procurado pela Democracia Radical (DR), tendência majoritária petista, para ser o nome da legenda no Vale do Juruá, Marronzinho desistiu da candidatura a deputado federal ao se ver abandonado pela DR e não ter a garantia de que seria o único nome dentro dos cinco municípios do Juruá.
Entre um das condições impostas pelo vereador era a não entrada no Juruá do principal nome do PT nesta disputa, o ex-presidente Leo Brito. Como não encontrou garantias seguras de que sua candidatura não seria apenas uma escada para outros nomes petistas, Marronzinho alegou questões de saúde para a sua desistência.
Com isso, o governador Sebastião Viana (PT) volta a ficar sem um nome competitivo dentro do Juruá na disputa pela Câmara, enquanto a oposição aposta forte em Fagner Sales (PMDB) e Ilderlei Cordeiro (PR). Apontado como uma das principais lideranças petistas dentro do segundo maior colégio eleitoral, Marronzinho foi a opção mais viável para preencher o vazio deixado com a desistência de Mâncio Lima Cordeiro (PT).
Mesmo fazendo parte da principal tendência adversária à DR, a Democracia Socialista (DS), Marronzinho foi “cooptado” pela corrente majoritária. A operação criou um mal-estar por a candidatura não passar pela análise da DS. Tendo como uma das vantagens de disputar a Câmara ser o nome do governador Sebastião, Marronzinho e DS não viram problema em ir para a disputa, mas exigindo sempre de que os acordos seriam de fato retirados do campo da promessa.
Nesta quarta as lideranças petistas realizam várias operações para fazer com que o vereador volte atrás de sua decisão. Uma das estratégias é recorrer à família Lima, dos deputados Jonas e Taumaturgo Lima, mais o ex-secretário da Fazenda, que já tinham abraçado Marronzinho como seu candidato.