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Deixa isso pra lá, governador

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Acompanhei de perto a eleição para a presidência do Senado Federal, em 2009. Naquela ocasião a imprensa brasileira em peso apoiou a candidatura do então senador Tião Viana (PT) na disputa contra o senador José Sarney (PMDB). Tião significava a esperança de mudança numa Casa que estava desacreditada com as “trapalhadas” do senador Renan Calheiros (PMDB). Na hora da escolha a bancada do PSDB votou a favor do acreano. Por isso, fica difícil entender a postura do agora governador acreano Tião Viana que resolveu processar um jornalista da Folha de São Paulo e a secretária da Justiça de São Paulo por conta da história dos haitianos. Se o governador não tivesse tido espaço para se defender das acusações ainda poderia entender. Mas Tião esteve por quase duas horas no programa Roda Viva da TV Cultura em rede nacional e se saiu muito bem. Falou para todos os meios de comunicação do país para explicar a situação dos haitianos e o papel do Acre. Foi tão bem sucedido que o assunto haitianos saiu de pauta da grande imprensa. Então por que isso?


A história se repete no Acre
Também o jornalista Ray Melo do AC24 horas responde a vários processos do governador Tião Viana e de alguns órgãos do seu governo. Não vejo necessidade dessa postura tendo em vista que Tião Viana tem todos os veículos de comunicação do Estado à sua disposição para se defender de qualquer acusação que considere injúria. Entrar por meios legais não é “legal”.

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Recordar é viver
Me lembro da noite de entrega do prêmio Chalub Leite, no Teatrão, em 2010. Na ocasião o jornalista Roberto Vaz, criador do AC24horas, agradeceu ao ex-governador Binho Marques (PT) pela sua postura democrática. Apesar de todas as críticas contra (e não foram poucas), Binho jamais abriu um processo contra o site.


O quê mudou?
Tião Viana foi um dos senadores mais bem avaliados da história nos seus 12 anos de mandato. Não me lembro dele ter processado alguém durante esse período. Argumentos e experiência política, portanto, não faltam a Tião Viana para defender-se de qualquer acusação sem precisar recorrer a processos.


Liberdade de imprensa
Qualquer advogado de “porta de cadeia” conhece as várias jurisprudências favoráveis aos jornalistas em casos como esses. Uma figura pública é passível de críticas e dificilmente algum tribunal irá contra um dos principais instrumentos da democracia que é a liberdade de imprensa. Portanto, um desgaste desnecessário.


Responsabilidade sempre
Claro que os jornalistas precisam ter responsabilidade no que escrevem ou falam publicamente através das mídias. Não sou juiz, mas em nenhum desses processos que tenho conhecimento reconheço o ataque à honra. Não vejo nada de tão sério que não pudesse ser contraposto com uma resposta pública.


O verdadeiro julgamento
Em qualquer governo a troca de acusações é natural. Mas o verdadeiro julgamento acontece nas urnas. Aqueles que aprovam a gestão de Viana votarão a favor e aqueles que desaprovam contra. Tão simples quanto isso.


Questão de postura
O senador Jorge Viana (PT) escreveu na sua fan page que a oposição quer tirar uma “casquinha” da popularidade do prefeito da Capital, Marcus Alexandre (PT). Na realidade senador, a oposição respeita o prefeito pela sua postura democrática e disposição ao diálogo.


Fato consumado
Como colunista transito por todos os lados da cena política acreana. O respeito da oposição por Marcus Alexandre vêm do fato de ele não ter dividido a sua administração entre contras e a favor. Marcus optou pelo bom senso e ouvir para agir.


Espelho
Por exemplo, Marcus Alexandre no começo do ano esteve concedendo entrevista no programa de rádio da vereadora Eliane Sinhasique (PMDB), líder de oposição a sua gestão. Apesar das divergências políticas existe respeito nas relações entre Marcus e Sinhasique. Qual o problema disso numa democracia?


Caminho perigoso
O PT que nasceu dos movimentos sociais mudou a sua postura nos mais recentes anos. Depois do caso do “mensalão” as gestões petistas se tornaram mais radicais contra os seus adversários políticos. Ou se é contra ou a favor, não existe mais meio termo e respeito à democracia.


Sem culpa no cartório
A presidente Dilma (PT), por exemplo, não tem nada a ver com o “mensalão”. A tendência interna a que pertence é antagônica a turma do Zé Dirceu. Mas a radicalização de postura do seu partido poderá lhe valer a perda da sua reeleição como já mostram algumas pesquisas.

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A oposição desperta
Se alguém me perguntasse a um mês quem seria o próximo presidente responderia sem dúvidas, Dilma. Mas Aécio Neves (PSDB) já percebeu essa postura radical dos petistas pelas redes sociais e tem se aproveitado disso no seu discurso. Lançado em convenção candidato à presidência, Aécio fez da questão de reunificação política do país um dos pontos chaves. Ele se referiu a divisão ideológica provocada por lideranças mais radicais do PT. A desaprovação de mais de 50% do seu governo, como mostram as pesquisas e, o fomento desse clima de “guerra” no Brasil entre as correntes políticas só prejudicam a Dilma que teoricamente caminhava para uma fácil reeleição.


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