O posicionamento dúbio de Sérgio Petecão (PSD), na definição do nome para ocupar a 1a suplência do pré-candidato ao Senado, Gladson Cameli (PP) vem causando revolta em alguns dirigentes partidários da aliança de 11 partidos que apoiam a chapa majoritária encabeçada pelo tucano Márcio Bittar.
Segundo informações de líderes do blocão, Petecão, teria empenhado a palavra que apoiaria a indicação do procurador de Justiça, Edmar Monteiro, para a 1o suplente de Cameli. A reunião teria contado inclusive, com a participação de Gladson Cameli, que teria formulado o convite a Monteiro.
Após o acordo prévio com Petecão, Cameli e dirigentes de oposição, Edmar Monteiro, que chefiou o Ministério Público do Acre durante seis anos, nos governos dos petistas Jorge Viana e Binho Marques, se desincompatibilizou do cargo para concorrer a suplência de Senador pela oposição.
Edmar Monteiro que era visto como aliado incondicional da Frente Popular do Acre (FPA) e se transformou num reforço importante contra o PT. O procurador de Justiça é irmão de Antônio Monteiro, ex-secretário de Segurança de Jorge Viana e Binho Marques, atualmente assessor especial do governador Sebastião Viana.
O acordo com Edmar Monteiro, teria sido descumprido por Petecão, durante uma reunião que aconteceu no domingo (8), na sede do PMDB. Petecão esqueceu do apoio hipotecado ao procurador e indicou do nome Mailza Gomes, esposa do prefeito do Quinari, James Gomes (PSDB), para suplência de Cameli.
A quebra de palavra de Petecão revoltou os demais dirigentes. O presidente do PR, Ilderlei Cordeiro fez uma cobrança dura ao presidente do PSD. Para Cordeiro, o senador não estaria pensando no projeto de forma coletiva ao colocar em primeiro plano a eleição de sua esposa à Câmara dos Deputados.
Procurado pela reportagem, o pré-candidato ao governo, Márcio Bittar (PSDB), disse que não poderia falar sobre a indicação dos suplentes de Cameli. O tucano se limitou a dizer que Edmar Monteiro é um excelente quadro e “uma grande sacada do PR”, mas a definição estaria com o conselho político da aliança.
O procurador de Justiça, Edmar Monteiro evitou fazer comentários sobre os dois posicionamentos de Petecão. Ele acredita que tudo será definido nas convenções partidárias. “Assuntos políticos devem ser resolvidos de forma consensual. Há um acordo prévio. Acredito que vai ser respeitado”, comenta.
O pré-candidato ao Senado, Gladson Cameli confirmou que não saiu acordo na reunião para indicação de seus suplentes. Ele admite que há uma conversa prévia com Edmar Monteiro. Cameli destaca que estaria fazendo todos os esforços possíveis para prestigiar todos os partidos da aliança.
“O PP não tem pensando neste projeto de forma individual. A verdade é que apesar de alguns posicionamentos divergentes, entramos no chapão para disputar as vagas na Câmara Federal, demonstrando que estamos pensando de forma coletiva. Acredito que Edmar Monteiro tem muito a somar”, diz Cameli.
Para Gladson, o debate em torno da questão é natural. “Este debate demonstra que não existe imposição em nossa aliança. Vamos nos reunir na próxima quarta-feira, e com certeza, os líderes partidários chagarão ao consenso, da mesma forma que aconteceu com a escolha do pré-candidato a vice governador”.
O pré-candidato não nega que convidou Edmar Monteiro para ser seu suplente. “Foi uma grata satisfação saber que o procurador Edmar Monteiro tem a disponibilidade de integrar este projeto. Os líderes de partidos precisam colocar na mesa, a qualidade que ele acrescenta a esta chapa”, enfatiza Cameli.
A reportagem tentou várias vezes, contato com o senador Sérgio Petecão pelo número (68) 9984-**65 – para saber se ele quebrar o acordo prévio com Edmar Monteiro e manter a indicação de Mailza Gomes, mas o telefone do parlamentar estava na caixa de mensagem.
