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Davi Friale explica como acontece o fenômeno da friagem no Acre

No desenho, você observa, em vermelho, as áreas mais altas da América do Sul e, em branco, as regiões baixas. As setas azuis indicam o caminho do ar gelado que vem da Antártida.


As altas pressões atmosféricas, que ocorrem na região do Polo Sul da Terra, empurram o ar gelado para o norte. Uma parte desse ar percorre o oceano Atlântico e, outra, o oceano Pacífico, antes de chegar à América do Sul. O movimento desse ar gera os ventos que encontram os vales, ou seja, as terras baixas que vão desde o sul da Argentina até o sul da Colômbia.
O ar frio é mais pesado do que o ar quente e, por esse motivo, os ventos gelados encontram caminho fácil por essas terras baixas que são cercadas pela cordilheira dos Andes, a oeste, e pelo planalto Brasileiro, a leste. Assim, fica fácil para o ar frio avançar em direção ao norte e atingir o Acre, depois de cruzar a Argentina – às vezes, também, o Chile, se o ar entrar pelo Pacífico – o Paraguai e a Bolívia.
Todo esse vento é canalizado para o Acre, como se pode ver na ilustração. Assim, os ventos chegam na capital acreana, soprando da direção sudeste. Após cruzar o Acre e o oeste do Amazonas, esse ar, já enfraquecido, poderá atingir até o sul da Colômbia e, algumas vezes, cruzar a Linha do Equador e terminar no Hemisfério Norte do nosso planeta.


A previsão de frio para o Acre é feita com base nas condições atmosféricas registradas na Antártida. Conhecendo-se a velocidade de deslocamento dos ventos e o valor da pressão atmosférica podemos prever, com bastante antecedência, quando a temperatura irá cair, por exemplo, em Rio Branco.


Portanto, a friagem, nada mais é do que a incursão de ar frio, vindo da região polar, e que causa queda brusca na temperatura, não só no Acre, mas na maior parte da Amazônia Ocidental.


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