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Acre: além de obras é preciso qualidade e respeito ao dinheiro público

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Em recente encontro com blogueiros, realizado em São Paulo, Lula questionou a plateia: “Nós nunca reclamamos de ir a pé [ao estádio]. Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. A gente está preocupado? Ah não, porque agora tem de ter metrô até dentro do estádio. Que babaquice que é essa?”


No Acre não há qualquer obra de metrô, muito menos projeto para tê-lo em um futuro próximo. O tema parece muito distante da realidade acreana, mas a questão da mobilidade, com qualidade, é uma carência do Estado, com estradas federais em precárias condições e ruas que possuem até pés de bananeiras para chamar a atenção do poder público.

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Exemplos de má administração dos recursos públicos são gritantes em todo o Estado.


“Em Feijó o Governo Estadual investiu mais de R$ 10 milhões para pavimentar 66 ruas e em algumas delas, quando chove, a água invade as residências, devido à falta de bueiras”, denunciou a vereadora Matilde Silva (PSDB).


Na capital, Rio Branco, uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no bairro Palheiral, com valor inicial de R$ 5,149 milhões, teve início em 2007, no governo Binho Marques (PT) e durante estes sete anos, a obra de urbanização já passou por várias empresas, dentre elas a Engecal, cujo dono consta entre os denunciados pela Operação G7, por possível desvio de verbas através de licitação. Neste período, a obra, além de não estar concluída, emperra em um imenso buraco provocado pela erosão, na rua A, do bairro Palheiral. Desde 2009, vários lotes do PAC Palheiral, como é conhecida a obra, está em auditoria do Tribunal de Contas da União, com apresentação de várias irregularidades, desde sobrepreço à falta de fiscalização por meio da Caixa Econômica Federal.


A BR 364, que liga Rio Branco ao Vale do Juruá, com pouco mais de 600 quilômetros, é outra questão de mobilidade. Após anos sem ligação terrestre entre a capital e Cruzeiro do Sul, a BR foi liberada para o tráfego “de janeiro a janeiro”, como informava a propaganda oficial. Ocorre que, com a cheia do Madeira, o trânsito de caminhões-tanques deteriorou a estrada federal que teve custo total avaliado em R$ 2 bilhões.  Em vários trechos é possível encontrar desbarrancamentos e buracos.


“Essa obra, que custou aos cofres do Estado mais de um bilhão de reais, hoje está sendo toda refeita. Eu não sou contra a BR-364, sou contra a má qualidade das obras”, destacou o deputado estadual Major Rocha (PSDB).


Segundo Rocha, no trecho entre os municípios de Sena Madureira e Manuel Urbano, a estrada “derreteu” obrigando os condutores a utilizar apenas metade da pista. Para o parlamentar isso é indício de que o material utilizado pode não ter qualidade equivalente ao preço que o governo do Estado está pagando por ele.


A BR 317, que liga o Brasil ao Oceano Pacífico, no trecho acreano, também está esburacada, principalmente após o município de Brasiléia. “Fala-se muito em solo, justifica-se os altos preços pelas distâncias, mas cruzando-se a fronteira, em Assis Brasil, encontra-se estradas em perfeito estado de conservação e construídas, em alguns casos, antes da BR 317”, informa o deputado federal Marcio Bittar (PSDB).


Por falta de uma ponte, na fronteira Acre/Rondônia, durante um mês os acreanos ficaram ‘ilhados’ devido à enchente do Rio Madeira, que transbordou e invadiu a BR 364. A obra para a construção da Ponte do Abunã, que fará esta ligação entre os dois estados, já está com licitação aprovada, mas ainda não saiu do papel. “Pelo visto o Governo Federal acredita que devemos ir ao sul do país a pé”, disse o vereador Rabelo Góes (PSDB).


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