Há exatos 22 anos o Acre era sacudido com a notícia do brutal assassinato do então governador Edmundo Pinto de Almeida Neto, no Hotel Della Volpe, em São Paulo. Ele participaria da CPI do FGTS e estava na capital paulista desde o dia 14.
Na época, Edmundo era testemunha chave do processo que investigava a suposta malversação de dinheiro público, que envolvia o ministro do Trabalho, Antonio Rogério Magri. Dos três disparos, dois atingiram o governador acreano. Ele estava em São Paulo acompanhado do Chefe da Casa Civil, Luiz Carlos Pitman, e do ajudante de ordem, capitão da Policia Militar, Marcos Wisman.
Foram roubados quase Cr$ 600 mil cruzeiros (antiga moeda) do governador e US$ 1.500 de um hóspede norte-americano John Franklin Jones. Apesar da polícia paulistana ter terminado o inquérito, que foi considerado um simples latrocínio, os acreanos, partidários de Edmundo Pinto, consideram, até hoje, que sua morte foi um assassinato político porque ele contaria à CPI dados sobre corrupção.
Segundo o Jornal A Folha de São Paulo, no dia do assassinato, três quartos do mesmo andar do hotel eram ocupados por funcionários da construtora Norberto Odebrecht, que havia vencido a licitação para realizar a obra do Canal.
Edmundo Pinto era bacharel em Direito pela Universidade Federal do Acre (UFAC). Elegeu-se vereador em Rio Branco, capital acreana, pelo PDS em 1982. Foi deputado estadual pelo mesmo partido, em 1986, e governador do Acre, em 1990. Ganhou vários títulos e diplomas de honrarias por seu destaque na vida pública. Até hoje Edmundo é relembrado no Acre como o governador dos pobres.
A cidade ganhou rua, estrada e nome de escola com o nome Edmundo Pinto. E todo ano, desde sua morte, há visitação ao cemitério em sua memória.