Após ser atacada por petistas durante os desdobramentos da Operação G7, executada pela Policia Federal no Acre em maio do ano passado, a desembargadora Cezarinete Angelim, vice-presidente do Tribunal de Justiça do Acre, assinou o termo de posse como governadora do Estado em exercício. Ela vai responder pelos atos administrativos do governo até esta quarta-feira (14), durante ausência de Sebastião Viana, que cumpre agenda fora do Acre.
Cezarinete foi responsável por levar o processo da Operação G7 ao Supremo Tribunal Federal. Ela defendeu a tese, ao lado da também desembargador Denise Bomfim, que o Tribunal de Justiça do Acre estaria impedido de julgar a ação devido as ligações políticas de seus membros com alguns dos indiciados presos na época.
Por causa desse entendimento, a cúpula petista resolveu realizar uma “ato de desagravo” em junho de 2013, em frente ao Palácio Rio Branco para atacar as desembargadoras. Cargos comissionados, secretários e militantes foram convocados para prestarem solidariedade ao governador Sebastião Viana.
Entre os ataques e ofensa proferidos contra as magistradas, a primeira-dama do Estado, Marlucia Candida, criticou Cezarinete e Denise Bomfim por aplicarem “uma rasteira” nos demais desembargadores, além de não estarem preparadas para exercer suas funções.
Para defender o governo do marido, que passava por um turbilhão de denuncias, Cândida afirmou que se sentiu envergonhada com a atuação das Magistradas e disparou, “Há mulheres que por destrambelhamento nos envergonham, são duas mulheres que estão nos envergonhando, pois não basta ser mulher, tem que ter caráter”.
Até o senador Anibal Diniz atacou as magistradas classificando-as como “mal resolvidas e amarguradas”. Diniz acusou o MPE, a Justiça e a Polícia Federal de estarem a serviço da oposição.
Na época, o governador Sebastião Viana declarou que o Palácio Rio Branco estava rompido instituicionalmente com a Policia Federal e o Tribunal de Justiça.
A reportagem procurou a secretaria adjunta de comunicação, Andrea Zilio, para esclarecer o motivo de César Messias não assumir a cadeira de Sebastião Viana. Segundo ela, César estaria ausente do Estado e portanto a posse passaria para o presidente da Aleac, Elson Santigago, que também está ausente. Com isso, o cargo é repassado para o judiciária, que seria na pessoa do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Roberto Barros. Como Barros também cumpre agenda fora do Acre, a vice-presidente, Maria Cezarinete Angelim assumiu.
Questionada sobre aonde César Messias estaria, Zilio informou que ia procurar se informar e daria uma resposta. Por diversas vezes a reportagem tentou entrar em contato com a secretaria, mas não obteve resposta.
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