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Mais ação e menos bravatas

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Os mais conceituados cientistas políticos definem que um Chefe de Estado deve reunir virtudes essenciais que influenciem os cidadãos. Enquanto Maquiavel ensina que a condução do Estado é uma arte, e o estadista é considerado um verdadeiro artista, José Ortega y Gasset adverte que não devemos confundir um Chefe de Estado com um mero político, pois enquanto aquele se preocupa com a próxima geração, este se preocupa com a próxima eleição.


Faço essas considerações ainda sobre o impacto da declaração do governador do Acre diante da crise dos refugiados haitianos, que disse textualmente: “Com Alckmin eu não sento”, recusando-se a participar de uma reunião com o governador de São Paulo, intermediada pelo ministro da justiça.

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O tom de bravata do governador petista não chega a representar uma novidade. Ele é o mesmo político que, no auge da Operação G7, demonstrou desprezo por juízas do Tribunal de Justiça do Acre e se deu ao desplante de “romper relações institucionais com a Polícia Federal”, duas instituições que devem ser respeitadas pelos trabalhos prestados à população acreana e brasileira.


Ora, qual a relevância dessa posição infantil do governador para a resolução do grave problema que é a entrada incessante de imigrantes ilegais através das fronteiras do Acre? Como aceitar que um governador se recuse a sentar com outro governador para resolver um problema que atinge diretamente a população dos dois estados da federação?


Enquanto o Acre espera pelo fechamento das fronteiras até que seja tomada uma solução definitiva para a entrada dos haitianos no Brasil, o governador prefere gastar o seu tempo com ameaças inúteis e midiáticas.


É notória a preferência do governador pelo papel de político no lugar do estadista. Não podemos esquecer a sua omissão durante as discussões sobre a PEC dos soldados da borracha, um assunto tão sensível a grande parte da população do nosso estado. Ele também esteve ausente das discussões sobre a mudança na distribuição dos royalties do petróleo, ocasião em que deveria ter liderado a bancada do Acre para garantir mais recursos para a saúde e a educação da nossa gente.


Aliás, ele sequer buscou participar da mobilização da bancada de parlamentares do Acre quando nos reunimos para discutir soluções para os 11 mil servidores demitidos por decisão do STF, deixando a impressão de que tais assuntos, vitais para os cidadãos, não fazem parte da sua agenda política.


O governador do Acre não pode se dar ao luxo de se utilizar de fanfarronices para garantir espaço na mídia, deve, isso sim, tentar encontrar soluções para os enorme e reais problemas do nosso estado, de forma refletida e baseada no bom senso e no respeito às instituições constituídas. Pois, a cada vez que opta pela bravata ele se distancia do papel de um estadista, preocupado com o destino dos cidadãos e se aproxima, ainda mais, do papel de um mero criador de factoides, que almeja apenas os holofotes da mídia, ainda que seja expondo o Acre ao ridículo.


*Marcio Bittar é deputado federal, primeiro secretário da Câmara dos Deputados e presidente da Executiva Estadual do PSDB/AC


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