O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Euclides Maciel, na companhia do presidente da Alero, Hermínio Coelho, visitou nesta terça-feira, 6, o alojamento montado pela Defesa Civil para abrigar as 111 famílias vitimas da enchente em Porto Velho. O resultado gerado pela visita dos parlamentares foi a comparação do abrigo a um “campo de concentração”, fazendo alusão ao local onde os nazistas mantinham os judeus no período da segunda guerra mundial.
Da temperatura nas barracas (que chega a 36 graus) à falta de condições higiênicas nos banheiros, as opiniões dos desabrigados e deputados são as mesmas.
Os dois parlamentares fizeram questão de levar uma equipe da assessoria de imprensa da casa, para registrar os depoimentos que farão parte de um relatório a ser enviado para o Ministério Público e para a Comissão Nacional de Direitos Humanos.
“Isso aqui é um campo de concentração. Ninguém pode ser submetido a essas condições de moradia. Nem nos presídios que estão superlotados existem essas condições”, observou Maciel, que pretende também relatar o caso a Organização das Nações Unidas (ONU).
Em uma tenda montada próxima as barracas, a equipe da Secretaria Municipal de Ação Social, que administra o espaço, jogou dezenas de equipamentos de ginástica para montar uma academia ao ar livre. As peças estão amontoadas sem condições de uso. Na lavanderia, o piso está inundado expondo as pessoas que frequentam o espaço ao risco de contaminação por doenças. No banheiro feminino, os ralos estão entupidos e toda a água está acumulada.
“ O que o governo fez aqui é desumano. Vamos acionar todas as esferas possíveis para denunciar essa situação. Não basta o que já fizeram com o estado e agora estão fazendo com essas famílias. Querem tirar proveito da desgraças dessa gente”, protestou o presidente da Alero, Hermínio Coelho.
Ainda nesta terça-feira (6), os deputados vão tentar uma reunião com a ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, que cumpre agenda em Porto Velho.
Os parlamentares querem aproveitar a visita da representante do governo federal para protocolar a primeira denuncia contra os responsáveis pelo abrigo único.


















