Um dos grande embates sobre o acidente de Ayrton Senna no dia 1º de maio de 1994, no GP de San Marino, em Ímola, foi se o piloto morreu na pista ou no hospital. Na época, divulgou-se a notícia apenas à tarde, quando o brasileiro já estava no hospital. Porém, nesta quinta-feira, há exatos 20 anos da morte de Senna, a assessora de imprensa do tricampeão da Fórmula 1 na época, Betise Assumpção, fez uma revelação em seu blog. O piloto morreu na pista. E a decisão de só divulgar a notícia depois partiu do chefe da categoria, Bernie Ecclestone. Tudo para não interromper a corrida.
Atualmente casada com Patrick Head, o projetista da Williams do piloto brasileiro, Betise afirma que decidiu contar o que aconteceu naquela dia depois do que leu recentemente na imprensa por conta dos 20 da morte de Senna.
“Não tenho a intenção de apontar dedo ou colocar culpa. Quero simplesmente registrar o que realmente aconteceu, porque eu era uma das poucas pessoas que estava lá. Vivi de perto os acontecimentos daquele dia, na preparação para liberar o corpo, na viagem para o Brasil, no velório e no enterro. Hoje eu vou falar sobre aquela reunião no interior do motohome da FOCA (Associação de Construtores da F1), com Bernie, Slavica (então sua esposa), o Leonardo (irmão do Senna) e eu”, escreveu.
Betise conta que saiu dos boxes da Williams ao lado de Leonardo em direção à torre de comando do autódromo em busca de informações sobre o acidente. Encontraram com Ecclestone, que puxou o irmão de Senna pelo braço em direção ao motorhome. Leonardo não falava inglês, então a assessora traduziu o que o dirigente falava. Ao ser barrada, Betise disse que teria de entrar também para ajudar na tradução.
Lá dentro, Slavica chorava. Ecclestone sentou no braço de uma poltrona e os dois num sofá. O dirigente tinha notícias sobre Senna. Segundo a assessora, Leonardo estava branco. Ao ouvir, em inglês, que o brasileiro estava morto, Betise ficou sem saber como traduzir de forma mais amena a notícia.