Primeiro-secretário do Congresso Nacional, o deputado Marcio Bittar (PSDB-AC), leu na noite desta terça-feira, 15, o requerimento para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista destinar a investigação de escândalos envolvendo a Petrobrás, entre as quais a compra da refinaria de Pasadena (EUA). A compra teria sido superfaturada.
De acordo com Bittar, o momento é de extrema relevância para o Brasil. “Com a leitura dos requerimentos, vamos poder instalar as CPMIs e, assim, averiguar a fundo todas as denúncias envolvendo a maior empresa brasileira”, enfatiza Bittar.
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado, Graça admitiu a senadores da oposição que a aquisição “não foi um bom negócio”. “Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio. Não pode ser um bom negócio quando você tem que tirar do seu resultado. Não há como reconhecer na presente data que você tenha feito um bom negócio. Não foi um bom negócio, isso é inquestionável do ponto de vista contábil. O projeto transformou-se em um projeto de baixa probabilidade de recuperação do resultado”, afirmou.
Segundo Bittar, a afirmação de deixou mais evidente a necessidade de uma apuração profunda. ”Em vez de esclarecer, seu depoimento deixou muitas dúvidas que precisam ser esclarecidas”, lembrou Bittar. O deputado acreano foi um dos primeiros a assinar o pedido de CPI da Petrobrás.
Em seu requerimento, a oposição quer uma exclusivamente para investigar denúncias contra a Petrobras. Já o governo aceita investigar a estatal, mas também quer, na mesma CPMI, apurar as denúncias de cartel e favorecimento de empresas nas licitações dos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal, assim como a gestão de recursos federais para a construção da refinaria Abreu e Lima pela estatal pernambucana que administra o Porto de Suape.
Tanto situação quanto oposição entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo manifestação da Corte sobre a procedência ou não de comissões de inquérito sobre mais de um assunto.