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A prova de fogo de Tião

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Roberto Vaz

O rio Madeira vai vazando e a BR-364 aos poucos vai ressurgindo. Notícia melhor os acreanos não poderiam ter após dois meses de muito sufoco, uma prova de fogo para a população e as autoridades. E aqui se reconhece o esforço do governador Tião Viana (PT). É certo que era mais do que obrigação dele como chefe de governo conduzir as ações para evitar o desabastecimento, mas sua atuação fora do comum fez toda a diferença.


Aqui também é destacada a colaboração de Rondônia, que permitiu a “invasão” de órgão do Acre em seu território para assegurar a passagem de alguns caminhões nos períodos mais críticos. No fim, foi uma luta de todos os acreanos, que souberam compreender o momento difícil por que passamos desde a segunda metade de fevereiro.


Os prejuízos são grandes para a economia, a recuperação vai levar tempo. Mais algumas semanas serão necessárias para tudo voltar ao normal. O certo é que talvez não voltemos a ter filas em postos de gasolina, supermercados vazios e botijas de gás com preço de ouro. A situação poderia ter sido bem pior não fosse o esforço empreendido pelo governo.


Quem acompanhou Tião nestes dias viu sua luta hercúlea para não deixar o Acre à mingua. Recorrer a Brasília foi uma das principais alternativas. A disponibilização de voos da Força Aérea para o transporte de alimentos foi de grande valia; certamente não fosse isso a oferta de alimentos teria acabado nestes dias.


O grande erro do governo foi querer brincar com a nossa inteligência, ao usar recursos públicos na mídia para dizer que estava tudo bem, quando o cidadão passava a madrugada num posto para abastecer. Depois de ver esta lambança, a estratégia foi mudada para reconhecer que a situação era grave.


O isolamento fez o Acre olhar para outros horizontes. Se com o Brasil não dava para manter relações, então a solução era recorrer à vizinhança; o Peru de pronto se prontificou em ajudar o Acre; a tão propalada integração econômica com o vizinho que há uma década só ficava no papel, se viu, de uma hora para outra, ser destravada.


O isolamento nos fez mostrar que ainda há muitos entraves para uma integração econômica com nossos vizinhos. Enfim, a cheia do Madeira foi uma grande lição para o Acre, mostrou nossas fragilidades, nossas vulnerabilidades. A mais grave: a elevada dependência da importação de alimentos. É certo que nenhum Estado é autossuficiente, mas quanto mais reduzir a dependência externa, melhor.


O governo precisa trabalhar políticas sérias de produção – o que tem feitos, mas cujos resultados serão a média e longo prazo.


Estes dias distantes do Brasil nos revelou que não moramos num Paraíso, como a máquina da propaganda petista nos quis fazer acreditar nestes 16 anos (desta vez uma mentira de tanto ser contada acabou ficando na mentira mesmo); somos apenas mais um entre 27 Estados da federação, e o mais pobrezinho de todos; nosso ufanismo foi junto com as águas do Madeira.


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