A 16ª edição do Festival do Teatro Brasileiro (FTB) contempla os estados do Mato Grosso, Espírito Santo e São Paulo, além do Acre – primeiro do Norte a receber o projeto. A pauta deste ano é a produção cultural baiana, com a execução de espetáculos, atividades educativas e de qualificação profissional, musicalização e, ainda, intercâmbio entre os grupos de teatro e dança da Bahia e da região. A realização é do governo federal, por meio do Ministério da Cultura (MinC), com o patrocínio da Petrobras.
Em Cruzeiro do Sul, cerca de 800 estudantes da Escola Craveiro Costa, no bairro Remanso, participarão de uma ação de formação de plateia, desenvolvida em três movimentos. O primeiro, que é preparatório, será mediado por arte-educadores para ampliar os horizontes de percepção dos jovens. A segunda etapa consiste na apreciação do espetáculo “Entre Nós” – comédia que aborda a diversidade sexual. E a última servirá para uma reflexão sobre a vivência artística.
Ao fim, haverá uma capacitação técnica de 60 horas de experimentação para um grupo de 120 alunos, com leitura de texto de teatro, criação de cenas curtas, jogos e, claro, encenação. De acordo com Sérgio Bacelar, idealizador do FTB, “o projeto ocupa o espaço de complementação de política de Estado não só pela aproximação cultural entre os brasileiros, mas também pela proposição de inúmeras outras ações educativas e de qualificação profissional”.
Construção e transmissão
Ainda no Juruá, o público receberá uma oficina gratuita de construção de instrumentos e transmissão de ritmos populares da Bahia, que está dividida em dois momentos. O primeiro será realizado de 12 a 16 abril e o segundo ocorrerá de 19 ao dia 23, na Escola Craveiro Costa. O público-alvo são os músicos amadores, integrantes de fanfarras e instrumentistas.
Trata-se de uma proposta pedagógica interdisciplinar – ministrada pelo grupo Bandodipapel –, que promove uma aproximação das artes plásticas e da música com outras áreas do conhecimento, utilizando a metodologia da arte-educação. Baseado na técnica do papelamento, serão produzidos aproximadamente 40 objetos percussivos, por meio da reutilização de materiais recicláveis como madeira, papelões, tecidos, plásticos e, principalmente, papéis variados.
Os instrumentos serão divididos por categorias funcionais e características estéticas: marcações, repiques, pandeiros, atabaques, maracás e outras criações autorais; formando um conjunto harmônico que possibilitará, em todos os sentidos, novas experiências musicais no “tocar” e nas performances artísticas. Para participar, os candidatos devem acessar o canal oficial de inscrição – disponível no www.usinadeolhares.wordpress.com – e manifestar interesse pela vaga.
FTB em Rio Branco
Na capital, a primeira etapa da construção de instrumentos e transmissão de ritmos populares baianos abrange o período de 19 a 22 de abril, na Usina de Arte, e a última de 24 ao dia 27, na Escola de Música do Acre (Emac). Em paralelo, Márcio Meireles – fundador do consagrado Bando de Teatro Olodum – ministrará a oficina “Dialogando com o Sr. Bill”, que é direcionada a diretores teatrais.
O pré-requisito é que os candidatos tenham lido “Hamlet” e “McBeth”, obras do dramaturgo inglês William Shakespeare, com as traduções de Bárbara Heliodora e Millôr Fernandes, respectivamente. As aulas serão executadas de 19 a 24 também deste mês, na Usina de Arte.
A proposta é trabalhar os textos a partir da cultural local e do tempo presente. Para isso, Meireles criou sistemáticas para abordar os temas e o mundo atual, relacionando, inclusive, outros responsáveis por supervisionar e dirigir a montagem de um espetáculo.
Para encerrar as ações de qualificação profissional cênica, Fernanda Paquelet desenvolverá uma oficina de iluminação, na Usina de Arte e no Cine Teatro Recreio, entre 19 ao dia 24. O objetivo é trabalhar as etapas de criação da luz, desde a leitura do texto – com base também na orientação do diretor – até os ensaios e apresentação ao público.
Realização – O Festival do Teatro Brasileiro recebe o apoio cultural da Fundação Garibaldi Brasil (FGB) – ligada à prefeitura de Rio Branco – e do governo do Acre, por meio das secretarias de Comunicação (Secom) e de Educação e Esporte (SEE) e das fundações Aldeia de Comunicação (Fundac) e Elias Mansour (FEM). O projeto também conta com o apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a parceria do Instituto Federal do Acre (Ifac).
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