Uma moção de aplauso a toda equipe envolvida na realização do primeiro transplante de fígado do Acre foi apresentada nesta segunda-feira, 7, no Senado Federal. A honraria foi destacada pelo senador petista Jorge Viana, enfatizando que o Acre é o primeiro da região norte a realizar esse tipo de procedimento. No agradecimento, Jorge Viana frisou o empenho do governador Sebastião Viana e do médico Tércio Gezini, que coordenou a operação com sucesso.
O Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco realizou o primeiro transplante de fígado no estado, na madrugada de sábado, 5. Desde dezembro do ano passado, o Acre estava habilitado pelo Ministério da Saúde (MS) para fazer o procedimento médico.
O receptor (paciente que recebeu o órgão) é um homem de 39 anos de idade que havia três anos sofria com cirrose hepática e pouco mais de um ano atrás aguardava na fila por um transplante de fígado.
“Trabalhamos muito no Acre para que esse dia chegasse. Com o esforço do Tião, conseguimos implantar a faculdade de medicina na Universidade Federal do Acre, levamos residência médica para o estado, e agora celebramos esse feito histórico”, comemorou Viana.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a taxa de sobrevida nesses casos, que era de 30% nos anos 1970, passou a 90% no final da década de 1980. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 8 mil candidatos a transplante de fígado. Desde 2004, entre 900 e 1000 transplantes são feitos anualmente no país e desses, 96% dos transplantes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Gostaria de cumprimentar o Ministério da Saúde, agradecer aos presidentes Lula e Dilma o apoio que o Acre recebe desde o ano 2000. No Acre, já foram realizados mais de 50 transplantes de rins e, agora, o primeiro transplante de fígado. Foi com muita emoção que todos nós acreanos recebemos essa notícia”, declarou o senador.
Jorge Viana ainda alertou para a importância de se ampliar o número de doadores no Brasil, onde cerca de 40 a 50% dos pacientes que aguardam na fila de espera de transplante de fígados não sobrevivem a tempo de fazer a cirurgia. “O Brasil precisa tratar desse tema com maior seriedade”, alertou.
Por fim, o senador leu da tribuna a carta do médico Tércio Gezini sobre o transplante realizado no Acre: “Nos últimos meses estes profissionais participaram de inúmeras reuniões de capacitação e gestão, estudaram, treinaram, enfrentaram discussões e cobranças, trabalharam muito além de suas cargas horárias e suas remunerações. Trabalharam juntos, brigaram, riram e choraram. Estes profissionais, para os quais a saúde de seus pacientes sempre foi prioridade, tinham o objetivo de trazer o procedimento de mais alta complexidade para seu hospital, para sua cidade, para seus pacientes. E este esforço resultou num marco histórico na vida de todos: a realização de um sonho, o transplante de fígado no Estado do Acre, o primeiro na rede pública da Região Norte. Minhas homenagens àqueles que fizeram desta ideia uma realidade”.
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