Bandeiras verdes que podem “pirar” o Henrique Afonso

O Partido Verde nacional decidiu radicalizar nas suas diretrizes durante as eleições de 2014. Nas recentes reuniões do diretório em Brasília ficou acertado que o ex-deputado federal Eduardo Jorge (PV-RN) será candidato ao Palácio do Planalto. Também que o PV vai defender com unhas e dentes as propostas de descriminalização da maconha, da legalização do aborto e o casamento gay. Uma verdadeira sinuca de bico para o evangélico deputado federal Henrique Afonso (PV), que já saiu do PT justamente por não querer defender bandeiras sociais liberais. Se a ordem vier de cima para que todos os “verdes” assumam a proposta programática do partido Henrique Afonso terá problemas com seu eleitorado. Essas teses sociais liberalizantes causam verdadeiro furor nos políticos evangélicos. Henrique sempre esteve mais próximo das propostas do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PSC-SP), do que de figuras controversas do PV, como por exemplo, o ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ). É esperar para ver qual a posição que Henrique Afonso adotará diante das propostas do seu partido.

Ser ou não ser eis a questão
Na minha convivência com o deputado federal Henrique Afonso percebo que ao longo do tempo as suas dúvidas entre seguir a carreira política ou a vida religiosa tornaram-se um tormento pessoal. Que Henrique é um excelente parlamentar com um comportamento ético exemplar não resta dúvida. Mas precisa decidir-se.

A vice de Bocalom
A presidente do PV acreano Shirley Torres (PV) deverá ser a candidata a vice-governadora na chapa de Tião Bocalom (DEM). Essa é a condição para o PV continuar no grupo, que já tem Roberto Duarte (PMN) como candidato ao Senado.

Sonhos desfeitos
Segundo a minha fonte, Bocalom (DEM) queria alguém do Juruá para compor a sua chapa. Mas como o PV não tem nenhum nome relevante na região Shirley poderá encarar a missão. No entanto, ainda há esperança de mais uma mudança de Henrique para ser o candidato a vice.

Otimista
O advogado Roberto Duarte (PMN) acredita que poderá tornar-se senador. Na minha avaliação, a sua candidatura ajuda as pretensões de Gladson Cameli (PP) por ter um eleitorado maior em Rio Branco. Candidatos ao Senado da Capital, sejam de que partidos forem, ajudarão Cameli.

Quem está na disputa
Não acredito que nenhuma candidatura possa mudar o quadro de polarização pela vaga do Senado entre Gladson Cameli (PP) e Perpétua Almeida (PC do B). E a definição da eleição será em Rio Branco. Para Gladson, que é mais forte no interior, quanto mais candidatos na Capital melhor.

Risco de dissidência
O ex-deputado estadual José Bestene (PP) me ligou para reafirmar que o PP deseja ter uma chapa própria para deputado federal. Afiançou ainda que outros partidos da Aliança também não querem o chapão. Bestene ainda cutucou na questão da vice da Aliança: “Não precisa ser do Juruá que está comtemplado com o Senado”.

Caciques
Mas a vontade de Bestene deverá ser subjugada pela posição das principais lideranças da Aliança. A união entre onze partidos que terá Márcio Bittar (PSDB) como candidato ao Governo e Gladson Cameli (PP) ao Senado foi construída a base de muito sacrifício. A sua manutenção até a eleição vai depender de desprendimento dos seus componentes.

Animada
Por outro lado, a deputada Antônia Sales (PMDB) já admite a possibilidade de ser candidata a vice de Márcio Bittar (PSDB). Quando nos corredores da Aleac os funcionários a chamam de governadora a parlamentar abre largos sorrisos.

A troca
Se Antônia Sales (PMDB) resolver trilhar a senda majoritária o candidato à Aleac da família será Fagner Sales (PMDB). O nome do jovem administrador já aparece em algumas pesquisas domésticas e com a força dos pais poderá emplacar.

Capital político
Se os planos políticos dos Sales saírem conforme desejam terão uma vice-governadora, um deputado estadual e a segunda maior prefeitura do Acre. Claro que tudo isso tem que ser combinado também com os eleitores.

Capitalista radical
O deputado estadual Moisés Diniz (PC do B), apesar da sua orientação ideológica socialista, tornou-se um expert em defender bandeiras capitalistas. Primeiro foi o Telexfree e, nesta terça, dia 1, fez a defesa radical das bicicletas elétricas que o Governo pretende comprar.

Erro de foco
Moisés erra ao achar que o problema está na legalidade da compra. O fato é que essas bicicletas elétricas precisam ser testadas e aprovadas para uso na zona rural. Questões de parentescos e outra “picuinhas” são besteiras. Se as bicicletas forem para uso urbano não vejo nenhum problema.

Dois pesos e uma medida
Moisés Diniz (PC do B) foi líder do Governo na Aleac durante três anos nos tempos de Binho Marques (PT) e dois na atual gestão. O seu parceiro de partido, deputado Eduardo Farias (PC do B), é muito mais radical e intransigente na defesa do Governo do que o ex-líder.

Perdas e danos
O radicalismo seja de esquerda ou de direita é um perigo para a democracia. Teses como o controle da mídia pelo Estado, limitações aos direitos civis do cidadão e extermínio da oposição são típicos de ditaduras. Alguns, mesmo no Acre, ainda defendem esse tipo de visão. Verdadeiros lobos em pele de cordeiro.