Não há como negar o esforço do governador Sebastião Viana e de alguns empresários para manter o abastecimento do Acre, no período de crise iminente de racionamento de produtos provocado pela cheia do rio Madeira, que nesta terça-feira atingiu os 19,61 metros, em Rondônia. Mas também não dá para esconder que o estado já vive sérios problemas de desabastecimento como, por exemplo, o de gasolina nos postos, de cimento, gêneros de primeira necessidade e até ovo.
Reconhecendo o grave problema que se instala no estado há mais de um mês, o governador Sebastião Viana e o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre Viana, reuniram a imprensa na tarde desta terça-feira, no Gabinete Civil, para reafirmar que todos os esforços estão sendo feitos para amenizar a crise provocada pela inundação do Madeira.
O governo informou que a partir do dia 24 de fevereiro, quando a rodovia foi interditada parcialmente para carros pequenos, 605 caminhões com 3.708 toneladas já passaram pela BR-364 e que até agora foram 60 voos, somente da Força Aérea Brasileira, totalizando 410 toneladas de alimentos. Além de outros 12 voos fretados também com 240 toneladas de alimentos.
O gás que chegou a faltar no começo da crise não é mais problema, pelo menos por enquanto. O abastecimento pelos próximos dias foi garantido por quatro balsas vindas de Manaus com 1.720 toneladas do produto.
Por outro lado, a cidade sofre com o racionamento dos combustíveis. Nesta terça-feira, Rio Branco sofreu com a falta de gasolina e do diesel em todos os postos, mas segundo o governador o problema “é de apenas algumas horas”.
Sebastião Viana informou a chegada de 600 mil litros de combustíveis através de balsa em Porto Acre nesta terça-feira, e disse ainda que mais 100 mil litros de gasolina e diesel vindos de Cruzeiro do Sul, em caminhão, já chegaram a Rio Branco.
Ainda segundo o governador, a falta do produto na capital ocorreu por causa do atraso da chegada da balsa que trouxe os combustíveis de Manaus.
“Nós tivemos a interrupção de algumas horas no abastecimento de combustíveis em razão principalmente de uma demorada de atracagem de uma balsa da BR Distribuidora com 600 mil litros que foram deslocados de Boca do Acre e não chegaram em Porto Acre ontem às 14horas. Houve esse atraso. Isso redundou numa etapa de abastecimento de algumas horas. A balsa que chegou ontem com 2,3 milhões de litros de combustíveis também, que atenderia tanto Cruzeiro do Sul como uma parte de Rio Branco, ela teve uma demora de atracagem e só conseguiu atracar hoje e só vai estar liberando os combustíveis para os caminhões a partir de hoje meia-noite, pelo processo de transferência, de preparo e distribuição. Temos outros 600 mil litros de diesel que chega amanhã pela manhã em Porto Acre no porto intermediário, onde vai ocorrer a transferência para os caminhões”, disse.
“Nós acreditamos que não temos nenhum um risco a mais de uma nova interrupção séria, mas já estamos nos antecipando e já temos uma balsa da BR Distribuidora que deve chegar dentro de 20 dias a Rio Branco e ela vai nos deixar um espaço de cinco dias que podem ainda ter alguma estabilidade na distribuição. Nós já fizemos contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, com a BR Distribuidora e a Agencia Nacional do Petróleo para que possamos contar com o aporte de combustíveis vindo do Peru, para que não tenhamos nenhum risco de desabastecimento”, informou o governador.
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