O governador Sebastião Viana (PT-AC) foi o entrevistado nos três blocos do programa Gazeta Entrevista (TV Gazeta-Rede Record), na noite desta terça-feira. Durante sua participação, Viana falou sobre cheia do rio Madeira, o iminente risco do desabastecimento de produtos no Acre, Cidade do Povo e política.
No tema política, Sebastião Viana comentou sobre o possível retorno do deputado federal Henrique Afonso (PV) à Frente Popular, como vem sendo especulado nos bastidores.
Sebastião disse que “é amigo pessoal de Henrique Afonso” e que o conhece “a fundo”.
“Eu sou amigo pessoal do Henrique Afonso. Nós construímos uma relação de amizade na alegria e na tristeza. Nos momentos de vitória dele e nos momentos de luta dele. Questões de amizade pessoal, de envolvimento das lutas de família. Nas dificuldades. Na caminhada dele nas dificuldades da vida partidária ideológica, pelos princípios religiosos bonitos e cristãos que ele tem. Então eu conheço a fundo o Henrique e ele me conhece a fundo e temos essa relação”, comentou.
O parlamentar do Partido Verde saiu da FPA fazendo duras críticas ao atual modelo de administração do PT. Chegou a se lançar como pré-candidato ao governo, mas desistiu da idéia. Depois pleiteou a vaga de vice na chapa encabeçada pelo pré-candidato do PSDB a governador do Acre, Márcio Bittar, porém foi rifado numa disputa interna com o PMDB. Por último tentou ser vice do também pré-candidato ao governo, Tião Bocalom (DEM), mas a aliança durou poucos dias. Nesse contexto de perambulações, Henrique pode anunciar a qualquer momento a volta ao seio do governo e pelo jeito, Sebastião Viana está de braços abertos para recebê-lo. “Essa é a minha esperança”, disse o governador.
“O Henrique sempre tratou comigo o que é melhor para o Acre, o que é melhor pro futuro do Acre, o que é melhor para o Juruá. É um operário da luta pela defesa do Juruá. Então esse é o Henrique que eu conheço, que eu acredito que vai poder continuar lutando pelo Acre junto com a Frente Popular. Essa é a minha esperança. A decisão será dele e do seu partido. Da Shirley, presidente, com seus dirigentes do Partido Verde. A coisa mais importante na política é capacidade de reconciliação”
O governador também lembrou o episódio da saída do parlamentar da FPA, mas disse que “teve a capacidade de compreender e respeitar” a decisão dele e do PV.
“O Henrique expressou um momento de insatisfação no relacionamento partidário com a Frente Popular e externou isso com a sua liberdade e eu tive a capacidade de compreender, de ouvir, de respeitar e dizendo que aguardava o momento pra haver uma possibilidade de reflexão e ele tá fazendo essa reflexão com o seu partido, com a sua autonomia, com a sua autoridade. Tem uma profunda decepção com os partidos de oposição que ele dialogou no campo da natureza do diálogo e da política, das expectativas para o Acre”, completou.
Sebastião Viana diz que Dilma virá para a
entrega de casas na Cidade do Povo
O governador voltou a marcar pela terceira vez uma nova data para a entrega das casas da Cidade do Povo, para pessoas que moram em regiões afetadas pela cheia do rio Acre.
Sebastião Viana disse que a entrega ocorrerá por etapas que começam em abril com encerramento em maio. Até lá, ele espera entregar 3.348 unidades e com a participação de uma convidada especial: a presidenta Dilma Rousseff, que nunca veio ao Acre.
“O fim da entrega é maio, onde se Deus quiser a presidenta Dilma vai vir e vai participar de uma parte da entrega. Agora nós vamos começar a entregar nas próximas semanas. Porque era dia 12, mas como as carretas estão retidas pela cheia do Madeira com alguns produtos lá em Porto Velho, nós esperamos pra frente do dia 21 ainda em abril ou final de março e inicio de abril, no decorrer de abril, final de maio está entregando estas 3.348 casas”, anunciou o governador.
“Quando alguém quer mandar mais do que o outro tá se cometendo uma barbaridade civilizatória”, diz Sebastião ao comentar conflito entre policiais em delegacia
O recente conflito ocasionado por uma invasão de policiais militares à Delegacia de Flagrantes, no bairro Cadeia Velha, em Rio Branco, no último dia 1º de março, também foi tema da entrevista.
O conflito tratado como um fato “isolado” pela cúpula do setor de Segurança do Acre foi destaque nacional na grande mídia e teve enorme repercussão nas redes sociais.
Para Sebastião Viana, o caso “é um assunto delicado. Envolve muita maturidade, muita responsabilidade, muita serenidade do governo e sua equipe. Houve um problema de relacionamento que já vinha acontecendo há anos e ele aflorou com essa crise. Chamei e disse: numa sociedade madura, melhor do que achar o culpado, melhor do que condenar é a gente mostrar que ninguém deve querer mandar mais do que ninguém. O governador ta da mesma altura ética e civilizatória de um gari. Ele não é melhor. Cada um usa a sua função com a sua autonomia. A gente tem que se respeitar. Quando alguém quer mandar mais do que o outro tá se cometendo uma barbaridade civilizatória e isso não cabe”, comentou.
Governador diz que reportagem da Folha é uma “bobagem”
Ainda na entrevista, o governador Sebastião Viana contestou a reportagem do jornal Folha de São Paulo, publicada nesta terça-feira, que informou que o atual governo ampliou a dívida e freou investimentos no Estado. Viana disse que a matéria é uma “bobagem” e acusou o jornal de maior circulação do país de trabalhar contra o PT.
“A Folha de São Paulo tem uma coisa anti-PT. É anti-PT mesmo. É o papel dela, é tucana. Ela fez essa opção e está no papel dela. É o comportamento jornalístico. Não tenho que me preocupar com isso. E eles vão fazer uma série de reportagens sobre todos os governadores e começaram no Acre, com perguntas imprecisas, inseguras por parte da repórter que fez e ela veio com esse bombardeio”, disse.
Segundo a reportagem da jornalista Patrícia Goes de Britto, em ano de reeleição, Sebastião Viana terá de lidar com um cenário de poucos avanços na indústria, a exemplo da criação de uma zona de livre comércio inaugurada há dois anos, mas que ainda não começou a operar.
O governador tentou se defender revelando números oficiais de seu governo. “Quê que nós temos pra mostrar: Se nós tínhamos 51 escolas indígenas, estamos construindo mais 85 e já entregamos muitas. Em quatros anos fazendo quase o dobro do que tinha em 100 anos de escolas indígenas. Será que os índios merecem ficar a margem da história, os irmãos índios? Se nós temos o lugar do Brasil que matriculou mais na rede pública do que na rede privada, será que é um erro pras crianças simples que não podem pagar escola particular? Rio Branco tem 10% da sua população dentro da universidade, será que é um pecado? Segundo estado do Brasil que mais tem jovens com acesso universitário é o Acre. Que o ensino público universitário está nos 22 municípios. Será que isso é um erro? Como ela pode considerar um erro nós termos 300 comunidades isoladas que foram identificadas no governo Binho, trabalhadas dentro do governo Jorge e que nós estamos investindo nelas em programas como o Proacre e investimentos do governo? Nós tínhamos três unidades industriais no estado e estamos inaugurando 13 agora. Até o mês de julho estaremos inaugurando 13 parques industriais no estado do Acre. A Saúde, o Estado está gastando 21% com a Saúde. É o Estado que mais gasta com Saúde. Você olha hoje, o Estado tem 200 vagas de cirurgias sobrando todo mês. É o único Estado na história do Brasil que fez isso foi o Acre. Como que ela pode dizer que é um gasto errado”
A reportagem informa que o Estado tem recorrido a empréstimos crescentes para fechar as contas. A dívida pública, que representava 50,4% da receita em 2011, passou a 68,5% em 2013.
Ainda segundo a Folha de São Paulo, a oposição ao governador afirma que o equilíbrio fiscal é prejudicado pelo peso da máquina. O Acre tem hoje 56 órgãos, entre secretarias, autarquias e empresas estatais –só de 2011 a 2013, o gasto com custeio subiu 32%.
Porém, de acordo com o governador, o Acre deve “menos do que devia”.
“Aí diz que tem uma restrição de investimentos. É bobagem. Em 1999, a cada um real de receita, o Acre devia 1.2. Hoje, o Acre a cada um real de receita deve 0.82. ta devendo menos do que devia. E olha que os caras tinham quebrado o Banacre, que trouxe uma dívida de R$ 600 milhões como herança pra nós. Isso aí é bobagem, a população ta vendo”, disse.
O governador também falou sobre a cheia do rio Madeira. Ele voltou a dizer que o Estado está atento aos riscos de desabastecimento ocasionado pela enchente que afeta a BR-364, entre Rondônia e Acre.
Sebastião Viana anunciou que nesta quarta-feira chegam ao Acre, 500 mil sacas de cimentos vindas do Peru e que no próximo sábado o estado recebe através de balsa cinco milhões de litros de gasolina e diesel que ajudarão a suprir a necessidade de combustíveis nos próximos dias.
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