Menu

A recuada estratégica de Petecão

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Num tacada de inteligência política, o senador Sérgio Petecão (PSD) decidiu desistir de bancar sozinho sua candidatura ao Palácio Rio Branco. Agora passa a compor o conselho político formado pelos também candidatos Vagner Sales (PMDB) e Márcio Bittar (PSDB). O acordo é claro: os três estão do mesmo tamanho e o candidato será definido por pesquisas. 


Aparecendo sempre atrás nos levantamentos, Petecão levará mais algumas semanas para oficializar a desistência. Sua aposta estava numa composição com Tião Bocalom (DEM), mas, nas palavras de um interlocutor do senador, Bocalom agiu com “muita indelicadeza”. Já anunciar Henrique Afonso (PV) como vice foi visto como uma rasteira por Petecão.

Publicidade

 No “blocão” o senador foi recepcionado com tapete vermelho. Durante a tarde de quinta teve uma longa reunião com Gladson Cameli (PP) e Sales. Os últimos detalhes estão sendo feichados. O parlamentar não tem pretensões de indicar a vice. Para ele, a cadeira de fato precisa passar pelo prefeito de Cruzeiro do Sul e tem que sair do Vale do Juruá. 


A ele está ofertada a primeira suplência do Senado, cargo que o PSD poderá ocupar. Em conversas com o partido Petecão tem recebido sinal positivo dos filiados, sendo uma parte deles refratária a Márcio Bittar. Entre eles está Luiz Calixto, que já declarou não ser empecilho para a composição, com os interesses da legenda estando acima das suas divergências. 


Além disso, Petecão continua a defender mais de uma candidatura pela oposição, mas não três. É consenso tanto no grupo de Márcio Bittar quanto do senador que Bocalom não recuará da candidatura; a questão passa a ser até quando ela se manterá e se o Democratas nacional estará disposto a financiá-la. Passou a ser consenso no “blocão” de que não haverá tratativas para rifar Bocalom, deixando-o livre –e isolado. 


Arcanjos e serafim 
Informações dão conta de que Henrique Afonso (PV) está em retiro espiritual. Em jejum e orações, o deputado quer uma orientação divina sobre como proceder depois da trapalhada do vai e vem de grupos dentro da oposição. Alguns membros do “blocão” dão graças a Deus por ele ter voltado a Bocalom por conta de sua “instabilidade”. 


Esquecidos 
O fato é que o PV está num tremendo desgaste nesta indefinição toda. Há quem diga até que Afonso esteja arrependido de ter tirado a legenda da FPA. Os verdes tinham tudo para saírem como grandes protagonistas neste processo eleitoral de 2014, mas deixaram a ansiedade prevalecer sobre a cautela tão importante para a política. 


Apresentação 
Um membro do PSDB comentou que a presença de Antônia Sales (PMDB) no evento de quinta no Quinari foi o sinal de que Vagner Sales irá indicar a mulher para ser a vice de Bittar. Ela atende a dois critérios importantes: é mulher e tem cacife eleitoral no Vale do Juruá. 


Prevenções 
Já quem conhece o prefeito de Cruzeiro do Sul diz não acreditar nesta possibilidade. O peemedebista não colocaria uma reeleição certa de Antônia para a Assembleia Legislativa para ir num voo cego da oposição na disputa para o governo. Mas o bom momento político de Sales pode credenciá-lo a investir na eleição de um dos filhos. 


Afinação 
Bittar e Sales estão afinados nos discursos; os dois sempre com duras críticas ao governo. O peemedebista mais no seu estilo popular, fazendo troças com as ações de Tião Viana (PT). Já o tucano mantém seu estilo mais “elitizado”, um discurso ideológico, aquele que atinge o governo nos seus pontos mais fracos. Esta dupla tende a arrancar os últimos fios de cabelo do governador. 


Resposta a altura 
É inegável que o governo não mede esforços para evitar o pior cenário para o Acre nestes dias de isolamento. As idas de Tião Viana a Brasília surtem efeito, com o governo federal ampliando a assistência, sobretudo a disponibilização de aviões da Força Aérea para o transporte de alimentos e medicamentos; não fosse este reforço certamente teríamos supermercados com prateleiras vazias. 


Percalço 
Mas a situação também revela a precariedade do Acre quando o assunto é produção agrícola. Até mesmo ovos de galinha precisamos importar. Por que passados 16 anos o governo do PT não colocou em prática uma política forte de produção rural? Somos importadores dos gêneros mais básicos, quando temos uma generosa porção de terra pronta para ser cultivada.   

Publicidade

Para se comunicar com Fábio Pontes use o e-mailfabiospontes@gmail.com


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido