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Jorge Viana quer explicação oficial sobre cheias e hidrelétricas na Amazônia

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O senador Jorge Viana (PT) afirmou, nesta sexta-feira (7), em Plenário, estar assustado com a cheia do Rio Madeira que passa na divisa dos estados de Rondônia e Acre. Viana disse que, em respeito à opinião pública e aos internautas que se manifestaram pelas redes sociais, apresentou requerimentos aos Ministérios de Minas e Energia e dos Transportes,  buscando esclarecimentos sobre a inundação da BR 364 e se haveria relação entre esse fato e a construção das usinas hidrelétricas na região.


Apesar de não acreditar na ligação entre a cheia do rio e as usinas de Santo Antônio e de Jirau, o senador disse que pode haver uma relação entre as hidrelétricas e a inundação da rodovia. Viana afirmou que a população também está questionando por que a ponte do Madeira nunca foi feita.


O senador se mostrou preocupado porque o nível do rio não pára de subir e disse que o volume de água que passa hoje pelo Rio Madeira é maior do que o que passa em alguns trechos do Rio São Francisco.

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– Eu mesmo que conheço bem a região, confesso que estou assustado. Eu já me choquei quando há pouco mais de uma semana sobrevoei a área – disse o senador.


Jorge Viana contou que o local de embarque dos caminhões ficou submerso e elogiou o trabalho do Ministério dos Transportes, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), na construção de um porto de emergência nos últimos dois dias.


– Ontem passaram 65 caminhões, foi reaberto um porto improvisado de embarque e desembarque desses caminhões e a viagem, agora, de travessia do Madeira, que era feita em 30, 40 minutos, demora 3 horas – disse.


Segundo o senador, a situação mais grave está no quilômetro 870, onde há uma lâmina d’água de 90 cm acima do nível da estrada. De acordo como parlamentar, graças às ações do DNIT e do governador do Acre, Tião Viana, ainda está havendo abastecimento de alimentos e artigos de primeira necessidade.


Questionado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), sobre a possibilidade de soluções a longo prazo para o problema, inclusive com a canalização da água para regiões onde há necessidade, como o Nordeste e o Sul, Jorge Viana disse que é preciso refletir sobre a interferência humana na natureza.


– Todo mundo reclama e fala que São Paulo não tem mais a garoa como tinha. É visível que houve uma significativa mudança [no clima]. Agora estamos experimentando uma gravíssima situação de seca. Não há tecnologia hoje da Sabesp de tirar água profunda da represa. Eles vão ter que buscar uma nova tecnologia para poder captar água mais profunda – disse.


O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) afirmou, em aparte, que os parlamentares de Rondônia e do Acre não têm feito outra coisa a não ser visitar as comunidades atingidas pelas enchentes nas últimas três semanas.  Para o parlamentar, a situação é de calamidade pública em várias cidades.


– O gás de cozinha já está custando R$ 120 em Guajará-Mirim. A situação de Guajará-Mirim é de calamidade pública. Em Porto Velho já foi decretado calamidade pública, porque as águas não param de subir. Há comunidades completamente cobertas pela água. Já há mais de 10 mil pessoas desalojadas – afirmou.


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