Nos últimos dias o abastecimento de gêneros alimentícios, combustíveis e demais produtos vem sendo comprometido devido os constantes bloqueios da BR-364 ocasionados pela cheia do rio Madeira, entre os Estados do Acre e Rondônia. A única rota por terra que liga o Acre com o restante do país está há mais de 48 horas bloqueada.
Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) tentam iniciar uma obra de emergência para que as balsas atraquem na região Abunã. Outro problema é o distrito de Jacy-Paraná, onde foi detectado um buraco na pista de aproximadamente 20 metros. A correnteza arrancou a camada asfáltica abrindo um buraco que já compromete a passagem de veículos pelo trecho.
O inspetor da Policia Rodoviária Federal João Bosco Ribeiro explicou que a situação é delicada e tudo depende de uma vazante. Segundo ele, mesmo com a conclusão da obra do porto, não existem garantias de que o Acre não fique isolado, dando a entender que é cada vez mais provável que outros buracos surjam nos pontos que ainda continuam inundados.
“A força da água sobre a pista é muito grande. Arrancou o asfalto lá em Jacy e o DNIT já está lá tentando executar uma obra emergencial. Estamos fazendo o que está ao nosso alcance e vejo cada vez mais remota a possibilidade de se manter o tráfego na rodovia diante da situação atual”, explicou o inspetor.
Nesta terça-feira, 4, PRF e DNIT encontraram um local para que as balsas consigam atracar e atravessar os veículos na ponta do Abunã. Trata-se de um antigo porto usado pelo Exercito, que estava desativado. As obras de emergência começaram nesta semana e a previsão é que até próxima sexta-feira, 7, no máximo, sejam concluídas, apesar de trabalharem com a possibilidade de iniciar o tráfego ainda nesta quarta-feira, 5.
O inspetor informou que o porto, quando for liberado para as operações, vai permitir o atracamento de apenas uma balsa por vez, e que as operações durante a noite irão continuar suspensas.
A PRF vai instalar ao longo dos trechos mais atingidos pela enchente, duzentas balizas de sinalização para reforçar a visibilidade. Em todos os locais onde a passagem está comprometida, a PRF atua com uma equipe para orientar motoristas e controlar o tráfego.
Nesta quarta-feira, o nível do rio madeira chegou a 18,80 metros, o que comprova que a tão esperada trégua ainda não chegou.