Integrantes da comissão externa da Câmara dos Deputados que foram a Rondônia verificar os problemas causados pela cheia do rio Madeira avaliam que é preciso mais agilidade das autoridades para atender a região e afirmam que alguns problemas podem ter sido agravados por erros nos projetos de barragens.
Somente em Porto Velho, capital do estado, 2 mil famílias estão desabrigadas. Estradas federais estão interditadas porque o rio Madeira subiu mais de 18 metros acima do nível normal.
O deputado Moreira Mendes (PSD-RO) cobrou mais agilidade dos governos. “Precisa haver mais agilidade no retorno das ações do governo federal. A burocracia impede muito, é muito complicado e emergência não pode esperar, as coisas estão acontecendo e é preciso socorrer essas populações.”
Já o deputado Amir Lando (PMDB-RO) afirma que é necessário avaliar se existiram problemas na elaboração dos estudos de impactos ambientais das barragens da região. E cita um exemplo: “Uma barragem [que] era para ficar na cachoeira do Jirau, foi lançada para uma outra cachoeira acima em um lugar chamado ‘caldeirão do diabo’. Então, de repente, não realizaram os estudos do impacto a partir desta modificação.”
Amir Lando criticou ainda a falta de assistência aos desabrigados pelo governo federal. Ele considerou pífios os recursos destinados ao Estado depois das cheias. O Ministério da Integração Nacional liberou dia 25, por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, R$ 564,8 mil para Rondônia. O recurso será utilizado para ações de socorro e assistência aos desabrigados. “É um acinte. Há necessidade de recursos adequados e logística para recolher essas pessoas”, disse.
A enchente do rio Madeira inundou parte da BR-364 o que levou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a interromper totalmente o fluxo de veículos na altura do quilômetro 800. O trecho da estrada liga o Acre a Rondônia e é o único acesso terrestre para o resto do Brasil. Com a interdição o Acre está isolado por via terrestre.