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Se a BR 364 fechar por mais de cinco dias, vai faltar pão, arroz e até cerveja

Por
Roberto Vaz

Apesar da preocupação de não criar pânico para a população, alguns empresários do Acre já admitem: vai faltar gás, combustíveis, pão e até cerveja se a BR 364, no trecho entre Porto Velho e Rio Branco, for fechada por mais de cinco dias. As previsões dos institutos de meteorologia são de que continuará chovendo na região amazônica nos próximos dias, o que preocupa as autoridades dos estados de Rondônia e Acre. Em Porto Velho o rio Madeira subiu tanto que a BR-364 terá que ser fechada totalmente nesta quarta-feira por tempo indeterminado.



Por conta desses alertas o governador Sebastião Viana (PT-AC), ampliou o escritório de emergência e garantiu que todo esforço será feito para amenizar a situação. Para evitar o pior, o governador passou parte da tarde desta terça feira, 25, falando com empresários locais e com autoridades em Brasília e iniciou negociação com o governo peruano para a importação de gêneros de primeira necessidade, que devem ser transportados em três aviões da Força Aérea Brasileira.


Na lista dos produtos com risco de sumir do mercado estão gás, combustíveis, trigo, leite em pó, cimento, arroz e cerveja. Só a rede de Supermercados Araújo tem retido em Porto Velho 120 mil quilos de produtos. As carretas estão estacionadas na beira da estrada, aguardando liberação da Polícia Rodoviária Federal para se deslocarem para Rio Branco.


A Recol Distribuidora – maior atacadista na área de produtos farmacêuticos e hospitalares para o Acre –  informou ao governo do Acre que algumas marcas de medicamentos também poderão faltar no comércio, mas garantiu que remédios usados em tratamento de doenças crônicas terão o estoque regulador mantido, mesmo que o seu transporte tenha que ser feito via aérea.


Os empresários que participaram de uma reunião de emergência no gabinete do governador do Acre informaram que Sebastião Viana demonstrou muita preocupação com a situação. “Ele está visivelmente preocupado e nos pediu para ajudá-lo a encontrar soluções práticas e rápidas para amenizar a situação”, contou o presidente da Associação Comercial do Acre, Jurilande Aragão.


Por causa do iminente perigo de racionamento de produtos, o governo não descarta a possibilidade de decretar estado de emergência.



Nesta quarta-feira, três aviões Hércules, da Força Aérea Brasileira, devem chegar ao aeroporto de Rio Branco, com gêneros alimentícios e produtos hortifruti, vindos de Manaus-AM.


Fogás admite possível falta do gás de cozinha no Acre


Em contato com a representação da Fogás, em Manaus_AM, a reportagem de ac24horas  foi informada que há risco iminente da falta do gás de cozinha no Acre, por causa do fechamento total da BR-364, e que para se prevenir a empresa resolveu enviar através de balsa para o estado, via Rio Purus/Rio Acre, 450 toneladas de GLP.


A Fogás informou que até esta terça-feira, 25, ainda estava conseguindo transportar gás granel de Porto Velho para Rio Branco pela BR 364 para envasamento de botijões de gás. “Enquanto a estrada for liberada com segurança continuaremos fazendo este transporte para a nossa Planta de Rio Branco”, informou.


Vislumbrando o pior cenário, que seria a interrupção da rodovia BR 364, que pode acontcer nesta quarta feira, 26, a Fogás enviou em caráter preventivo uma balsa de GLP a granel para o Acre (contendo 450 ton de GLP ),  via Rio Purus/Rio Acre, para uma eventual interrupção da BR 364. A viagem tem duração de aproximadamente 12 (doze) dias. A balsa partiu de Manaus nesta segunda-feira, 24, à noite, e deve aportar Rio Branco no dia 08/03 se a navegação transcorrer conforme planejado. Todos os acoplamentos necessários para viabilizar a operação foram colocados na balsa juntamente como uma carreta de energia e uma carreta de transferência de GLP.


A empresa também informou que vai deslocar uma equipe de técnicos para realizar esta operação no porto da Petrobrás de Rio Branco. Na eventualidade de não conseguir aportar em Rio Branco a operação precisará ser efetuada em Boca do Acre – AM e é fundamental que esta rodovia esteja transitável se não este fato se tornará em restrição ao abastecimento de GLP.


A base da Fogás em Rio Branco se encontra operativa, porém com capacidade limitada decorrente dos problemas de logística da BR 364. Uma viagem que demorava 10 horas chega a demorar 36 horas.


“Na eventualidade da BR 364 ser interditada o fluxo de todos os insumos para o Acre estarão comprometidos, dentre estes, o GLP. Portanto, se trata de um isolamento rodoviário do Acre no fluxo de carga com o restante do Brasil. A Fogás e seus colaboradores tem se empenhado durante esta fase crítica do regime dos rios sem precedentes nestes últimos 100 anos para reduzir ao máximo as restrições de seu produto na região”, completou a assessoria de marketing da empresa.


 


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Roberto Vaz

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