O Acre está vivendo um ano eleitoral atípico. Os políticos que disputam a tapas a preferência do eleitoral ainda não deram as caras para os tradicionais passeios de canoas por ruas inundadas, distribuição de água e o bate-papo com os moradores de bairros atingidos pela cheia do Rio Acre.
Nem mesmo os velhos ônibus com a frase 100% popular, do senador Sérgio Petecão (PSD), que são usados para acompanhar cortejos fúnebres, transportar religiosos, times de futebol (quando não quebram no meio do caminho) ainda não entraram em ação no socorro dos desabrigados.
No ano passado, políticos de todas os matizes se revezaram nas sessões de fotografias, onde apareciam molhados dos pés a cabeça, carregando móveis de desabrigados e tomando cafezinho em casas de pessoas que permaneciam nas áreas alagadas, só para aparecer bem nas redes sociais.
O nível das águas continua subindo, mas até mesmo o governador Sebastião Viana (PT), que costuma fazer fotografias em barcos e helicópteros mostrando os estragos provocados pela cheia, colocou seu colete laranja apenas para uma entrevista coletiva, onde informou que não iria faltar combustível.
O único político que é visto constantemente nos bairros alagados, é o prefeito Marcus Viana (PT), que apesar de ocupar o cargo há mais de um ano, ainda permanece no ritmo que marcou sua campanha. Os tapinhas nas costas dados pelos políticos estão em falta nesta enchente.
A cheia do Rio Madeira, em Rondônia, parece ter ofuscado o brilho dos holofotes e dos flashes nas áreas de risco dos municípios acreanos. Outra explicação para o sumiço dos representantes do povo seria que eles estão economizando tudo que podem para gastar no período eleitoral deste ano.