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ONS manda usina no Rio Madeira desligar 11 turbinas por conta da cheia

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Venicios

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ordenou que Usina Hidrelétrica (UHE) Santo Antônio, construída no Rio Madeira, em Porto Velho, desligue 11 das 24 turbinas em atividade, por conta da cheia histórica do rio que já atinge, nesta sexta-feira (21), a cota de 18,02 metros. A medida é procedimento padrão de segurança amparada pelo Plano de Prevenção de Controle de Cheia, segundo o ONS, permitindo que a água passe pelos vertedouros da usina sem gerar energia. Procurada pelo G1, a usina não se pronunciou sobre o caso.


Segundo informação do ONS, o volume de água do Rio Madeira, conhecido como vazão, está muito elevado e, como medida de segurança, foi ordenado o desligamento das 11 turbinas.


A Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) explicou ao G1 que quando a água passa pelas turbinas (vertedouros) durante a geração de energia, ela chega numa velocidade e ao sair fica mais forte gerando os banzeiros (ondas formadas pela força da correnteza do rio). “A água, de fato, sai mais forte dos vertedouros, mas até que ponto ela consegue se estabilizar isso nós não podemos dizer”, afirma Francisco de Assis dos Reis Barbosa, engenheiro hidrólogo do CPRM.


Muitos moradores de Porto Velho, principalmente das regiões ribeirinhas, atribuem a cheia, o volume de água e o aumento da força dos banzeiros à abertura das comportas das usinas no Rio Madeira. No entanto, a CPRM diz que este é um fenômeno natural e está sendo monitorado diariamente.


O religamento será feito conforme o comportamento e redução do nível do rio. Com o desligamento não haverá geração de energia e a água deverá passar da mesma forma que chega até a UHE Santo Antônio, explica o órgão.


Esta é considerada a marca histórica do nível do rio, que há 30 dias, não apresenta sinal de estabilização ou diminuição da cota, que aumentou 45 centímetros em menos de uma semana. De acordo com a Sala de Gerenciamento de Crise, formada pela Defesa Civil Estadual e Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Aeronáutica, Polícia Rodoviária Federal, Exército, Sistema de Proteção da Amazônia e Ministério Público Estadual, 1.336 famílias foram retiradas de suas casas em Porto Velho e em 14 distritos da capital, sendo 958 desalojadas e 378 desabrigadas. A BR-364, única via de acesso ao Acre, está interditada, inclusive para carretas que fazem o transporte de gêneros alimentícios, gás de cozinha e combustíveis desde Porto Velho até o Estado do Acre.


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