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Cheia dos rios Purus e Madeira deixa Boca do Acre com a produção submersa

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As cheias dos rios começaram a castigar algumas cidades do interior e a prejudicar os produtores rurais dos municípios de Boca do Acre e Humaitá, localizadas na calha do Purus e à margem do rio Madeira, respectivamente.


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No último levantamento divulgado pela Associação Amazonense dos Municípios (AAM), na segunda-feira (17), seis municípios já haviam decretado estado de emergência e outros sete estão em alerta.

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Com as cheias chegando pelo menos duas semanas antes do período esperado pelos produtores rurais, os municípios localizados na calha dos rios Purus e Madeira começam a sofrer prejuízos na produção da agricultura familiar de várzea, como hortaliça, banana e mandioca. Mas a preocupação também se estende para produtores das demais calhas e ações humanitárias já são realizadas pela Defesa Civil.


Conforme dados da Defesa Civil do Amazonas, os municípios que estão em estado de alerta são: Apuí, Borba, Manicoré, Novo Aripuanã, Canutama, Lábrea e Carauari. Além de Boca do Acre e Humaitá, já foram afetados pelas inundações os municípios de Pauini, na calha do rio Purus, e Envira, Guajará e Ipixuna, na calha do rio Juruá.


Os níveis mais altos apresentam-se no rio Madeira, onde o nível do rio bateu todos os recordes já registrados, alcançando 17,81 metros na última quarta-feira (19), em dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros de Rondônia. Segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a previsão é de muitas chuvas nos próximos dias na região, o que deve comprometer a produção rural de Humaitá.


A Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror) informou que ainda não registrou nenhum tipo de perda na produção de produtos agrícolas das cidades afetadas pelas cheias. O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), com sedes em todos os municípios e responsável por informar a Sepror sobre os prejuízos no interior, ainda não recebeu cadastro quanto aos danos causados aos produtores rurais.


Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, a antecipação das subidas dos rios impossibilitou um melhor planejamento por parte dos agricultores. Ele se mostrou preocupado com a situação dos municípios de Boca do Acre e Humaitá, e afirmou já estar acompanhando permanentemente os acontecimentos.


“Nossa expectativa é que isso não se repita nas demais calhas. Por enquanto as culturas agrícolas produzidas em várzea tem sido as mais atingidas. Estamos fazendo um levantamento para contabilizar os prejuízos e elaborar propostas que possam ser levadas ao poder público. Ainda é cedo para afirmar que essa será uma cheia acima da normalidade, mas esperamos que não seja”, disse Lourenço.


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