Existem situações na política que fazem até os anjos corarem de vergonha pela sua crueldade. Realmente está confirmado que na próxima semana vão bater o martelo dentro da FPA e anunciarão a deputada federal Perpétua Almeida (PC do B) como candidata única da coligação ao Senado. Mas o ato terá uma condição vexatória para o PC do B. O partido não poderá lançar candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Isso significa que ao mesmo tempo que os cardeais da FPA estão concedendo um espaço de destaque para os comunistas também estão delimitando até onde podem ir. O recado para bom entendedor é simples: o PC do B não pode crescer além daquilo que lhe é concedido para não ameaçar a hegemonia do partido principal da FPA, o PT.
Incoerência política
Ora, o PC do B já tem uma vaga na Câmara Federal através dos três mandatos de Perpétua Almeida (PC do B). Por merecimento e lealdade ao “projeto” da FPA avançou mais uma casa com a vaga do Senado. Na minha avaliação ter que abrir mão do que já tinha é humilhante para o PC do B.
Desperdício
O pré-candidato a deputado federal pelo PC do B é o estadual e presidente do partido Moisés Diniz (PC do B). A trajetória do “Cacique” na política acreana é positiva. São três mandatos de deputado estadual e duas lideranças de Governo na Aleac. Uma atuação produtiva no Parlamento.
Discriminado
Moisés Diniz (PC do B), em 2011, seria o nome natural para substituir o seu correligionário na presidência da Aleac, Edvaldo Magalhães. Mas movimentos subterrâneos impediram que o deputado assumisse a Casa. Fato que repetiu-se em 2013, já que a proposta inicial era de rodízio na presidência da Aleac.
Perdas e danos
O deputado Moisés Diniz (PC do B) depois que deixou a liderança do Governo tem atuado em questões polêmicas do Estado. Ele tem defendido os “investidores” da Telexfree e lutado pelo emprego de três mil funcionários públicos.
Perdas e Danos 2
Moisés tem atuado justamente com setores da sociedade que culpam o atual Governo pelas suas perdas. A sua candidatura a deputado federal mais ajudaria a FPA do que atrapalharia. Os seus votos somariam e não dividiriam no chapão de federal da FPA.
Medo de quê?
Como analista político vejo em atitudes como essa a prova de que realmente existe um pavor de que algum dia o PC do B queira reivindicar a vaga para a disputa do Governo. Também é uma confirmação de que a união interna da FPA se torna cada vez mais difícil depois de 20 anos de convivência. É o princípio do fim.
Uma disputa saudável
Como o Acre só tem oito vagas na Câmara Federal qualquer candidatura para deputado federal é quase majoritária. Só pode entrar nessa aventura quem tem “bala na agulha” e representatividade em todos os municípios do Acre.
As várias “caras” da população
A sociedade acreana não é homogênea. Existem várias tendências que carecem de representatividade política. Como as disputas para Governo e Senado têm sido polarizadas a representação das comunidades estão nos deputados federais.
Cavaleiro solitário
O pré-candidato ao Governo Tião Bocalom (DEM) tem andado por todo o Acre. Mas ainda falta apoio político para que Bocalom possa ter representatividade na disputa eleitoral de 2014. Sem prefeitos, deputados federais e estaduais para apoiá-lo fica difícil.
Jogando pela janela
Bocalom (DEM) teria uma eleição relativamente fácil para deputado federal. No Parlamento poderia colocar em prática projetos como “panela cheia” e homens mais importantes do que macacos. Os ruralistas brasileiros iriam adorar.
Tiro no pé
A Fecomércio está jogando para a torcida. A pesquisa que divulgou nesta semana de que a maioria dos moradores de Rio Branco querem o fuso horário anterior carece de mostragem científica. Isso não foi divulgado. Mas o fato que resume a pesquisa da Fecomércio é que 49% dos rio-branquenses aprovam a mudança e 51% desaprovam. No resto do Estado, se a Fecomércio tiver o trabalho de pesquisar, verificará que a maioria aprova a mudança para o horário antigo. Isso está na mostragem do Instituto Delta feita em dezembro de 2013, com 54% a favor do retorno do horário antigo, 40% contra e 6% não quiseram opinar. A pesquisa da Delta entrevistou 1200 acreanos nos 22 municípios.
A hora de cuidar da vida
Outro fator importante é que no próximo sábado, dia 14, termina o horário de verão no Centro-Sul do Brasil. A diferença do Acre para Brasília volta a ser de duas horas. Quem pretender usar a questão do fuso horário na eleição de 2014 vai quebrar a cara. Com tantos problemas sociais a serem debatidos sugerir mais gastos com dinheiro público para um novo Referendo por conta de uma hora a mais ou a menos é estupides. O momento é para projetos que beneficiem a população do Acre com a melhoria da saúde pública, geração de emprego e renda e mais segurança para a população. O resto é ilusão e vento que passa, como diria o Rei Salomão…
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