É notório que Sebastião Viana (PT) não terá a mais fácil das campanhas. Os sustos de 2010 e 2012 levam os petistas a não entrar na campanha com a garantia do “já ganhou”. Seu grande adversário será o próprio tempo no poder. Os 16 anos de petismo causaram fadiga, e o desafio será reinventar a roda para assegurar 20 anos de partido no Palácio Ri Branco.
Nem tudo está perdido para o governador. Ele terá a seu lado um cabo eleitoral que fará toda a diferença nesta guerra: o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre Viana. Marcus Viana não está contaminado pelas rugas da velhice na estrutura estatal. Mais importante: ele não tem sua imagem ligada ao PT, ligação esta mais prejudicial do que benéfica a esta altura.
Basta ver a estratégia de marketing em 2012, quando a cor vermelha e a estrelinha símbolos do petismo foram colocados de lado, o amarelo deu lugar. O mesmo tom será adotado agora em 2014; o objetivo é ligar o menos possível a figura do governador ao PT. Sebastião Viana terá que ter luz própria.
Marcus Viana foi trabalhado para ser um produto da Cia de Selva. Ele deu certo e caminha com as próprias pernas. O paulista com o jeito caipira do interior conquistou os moradores do maior colégio eleitoral do Acre. Acorda cedo e dorme tarde. Conhece cada bairro da cidade e suas principais ruas tem na ponta da língua.
Ele pode até não resolver os problemas da comunidade, mas vai lá tomar um café com os moradores e ouvir seus anseios. Era o tipo de gestor que o PT precisava para se reencontrar com as bases mais humildes –faixa esta distanciada do partido nos governo de Jorge Viana e Binho Marques.
A questão é saber até que ponto Marcus Viana terá a capacidade de transferir votos para seu padrinho Sebastião Viana. A ajuda de Sebastião a Marcus em 2012 foi mais nos arranjos políticos do que na exposição pública. A aparição do governador na propaganda eleitoral mais atrapalharia o neófito candidato.
Agora é diferente. Marcus Viana será explorado tanto na mídia como pisando na lama no seu estilo “pé no chão” para assegurar a reeleição do governador. Aí estará a vantagem do PT e do governador, pois os nomes favoritos da oposição não encontram esta mesma entrada na periferia da capital, onde “chame-chame” transita sem a mínima dificuldade.
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