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Bancos fecham acordo para compartilhar caixas eletrônicos em todo o país

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Em breve, os correntistas dos principais bancos do país não precisarão mais procurar um caixa eletrônico específico da instituição financeira para fazer saques. Poderão pegar dinheiro em um terminal de autoatendimento de qualquer instituição. Esta é a promessa dos bancos, que fecharam recentemente um acordo para compartilhar os equipamentos. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a empresa responsável pelo “Banco 24 horas”, a TecBan, unificará o serviço em todo o Brasil.


A ideia é reduzir custos e ganhar eficiência. Ao dividir o mesmo terminal, as instituições financeiras diminuirão gastos com transporte de valores, segurança, equipamentos e manutenção. Para o cliente, a vantagem será a multiplicação de postos de autoatendimento, já que ele poderá usar a rede de todos os bancos. O correntista não precisará pagar qualquer taxa extra pela unificação desses serviços.


De acordo com fontes do mercado, falta apenas a aprovação da operação pelo conselho de duas instituições financeiras para viabilizar o redesenho legal da TecBan. Os executivos do setor decidiram copiar o modelo da Visanet, empresa criada pelos bancos para gerir as operações com cartão de crédito. Assim, cada banco terá uma participação por cotas. Essa divisão alterará a formação atual da TecBan. A avaliação é que o peso de cada instituição financeira que já participa empresa está defasado.

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Segunda fase terá crédito consignado


Os bancos chegaram até a pensar em abrir o capital da TecBan com uma oferta inicial de ações (IPO, sigla em inglês), mas voltaram atrás. Para capitalizar a empresa, resolveram que cada instituição deverá pagar pelos serviços.


No início, será oferecido um pacote básico com saques, extratos e depósitos. Depois, com a atualização tecnológica, poderão ser feitas outras operações como, por exemplo, crédito consignado.


A pressão para o compartilhamento aumentou depois que Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil se uniram. Além de dividir o terminal, os dois bancos oficiais montaram um programa conjunto de compras para barganhar preços menores. Um dos focos é a aquisição de plástico para fazer cartão de crédito. O BB também se aproximou do Bradesco para dividir operações ao usar a Elo. As estratégias mostraram aos concorrentes que o banco que ficasse isolado perderia competitividade.


— Antigamente, a instituição financeira com vários terminais de autoatendimento tinha um diferencial e isso atraía clientes. Há muito tempo isso deixou de ser um diferencial e passou apenas a ser custo e ineficiência para os bancos — afirmou um dos executivos envolvidos na negociação.


A ideia de unificar a rede de caixa eletrônico no país ganhou força em 2012, quando a presidente Dilma Rousseff começou um movimento articulado com os bancos oficiais para reduzir o custo financeiro para o cidadão. O primeiro alvo foi o spread bancário: a diferença entre quanto custa o dinheiro para o banco e por quanto ele é repassado ao cliente. Depois, a pressão do Palácio do Planalto foi direcionada às tarifas bancárias. Sob fogo cruzado, as instituições financeiras resolveram desengavetar ideias de redução de custo.


No entanto, sofreram pressão dos bancos menores, que travaram discussões dentro da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Por isso, as grandes instituições resolveram negociar sozinhas as bases do acordo fechado recentemente.


Quando os bancos diminuem custos de operação, o cliente pode, em tese, ser beneficiado. É que os gastos fixos dos bancos são repassados aos correntistas na forma de juros maiores. As despesas fazem parte do spread bancário. A queda desse diferencial, no entanto, depende da vontade das instituições de repassar a folga.


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