As reuniões da Aliança de 10 partidos oposicionistas que aconteceram, nesse final, de semana nos cinco municípios do Juruá deixou os seus membros entusiasmados. A participação popular foi grande. Na agenda do domingo, 9, os locais do evento em Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, no Alto Juruá, tornaram-se pequenos para os participantes. Nos dois municípios isolados em torno de mil pessoas participaram dos debates para elaboração de um plano de governo das forças políticas de oposição. Depois das falas dos pré-candidatos majoritários Márcio Bittar (PSDB), Vagner Sales (PMDB), Henrique Afonso (PV) e Gladson Cameli (PP) os presentes podiam fazer sugestões para serem incorporados ao plano. O resultado surpreendeu pela intensa participação de lideranças locais.
O desejo de unir
As reuniões da Aliança deixaram claro que os eleitores insatisfeitos com as gestões da FPA que governam o Acre há 15 anos querem a oposição unida. Mas existe um entendimento de que haverá pelo menos dois grupos disputando as eleições de 2014.
Água e óleo
Esse dois elementos não se misturam. Como vivemos numa democracia e as eleições são em dois turno é certo que a oposição terá duas frentes. Para alguns políticos da Aliança isso é um alívio. Eles acham que as metas e os propósitos de Bocalom (DEM) e Petecão (PSD) diverge do deles.
Avanço
A convivência entre políticos distintos como Bittar (PSDB), Vagner (PMDB), Henrique (PV), Gladson (PP), Flaviano (PMDB) e Sinhasique (PMDB) foi construtiva. As diferentes maneiras de pensar a política começam a convergir pela necessidade maior que são as disputas ao Governo e ao Senado.
Popularidade em alta
O destaque da comitiva de oposição foi o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). As recentes tentativas de cassarem o seu mandato, como previsto, tiveram um efeito contrário. A sua popularidade cresceu muito em todo o Juruá.
Teste de fogo
A Aliança conseguiu superar alguns gargalhos durantes as reuniões. Terá apenas um chapão para deputado federal e possivelmente dois para estadual. A prova final de união será a escolha do vice e do primeiro suplente ao Senado.
Os ajustes da FPA
O jornalista e presidente do PSDC municipal de Rio Branco, Antônio Klemer (PSDC) aspira a primeira suplência ao Senado na chapa da FPA. Ele já está em articulação há bastante tempo e recebeu sinal positivo do governador Tião Viana (PT).
Um toque de humor
Klemer (PSDC) tem capacidade comprovada de entreter as massas com seu humor. Ele é um ótimo comunicador. Seria um nome para somar na chapa majoritária da FPA. Nada mais justo para o PSDC que tem dois deputados estaduais e vários vereadores no Estado.
Anúncio previsto
A FPA terá os nomes definidos da sua chapa majoritária antes de março. Isso é uma vantagem indiscutível. Os eleitores poderão familiarizar-se com os pré-candidatos com antecedência. Ainda mais numa eleição de tiro curto por conta da Copa do Mundo.
A hora do desespero
A atitude do senador Anibal Diniz (PT) de anunciar que vai recorrer ao diretório nacional do PT para garantir a sua candidatura trará perdas e danos à FPA. O desgaste será enorme e obrigará Tião Viana (PT) a dar explicações aos companheiros em Brasília.
A realidade
No entanto, não acredito que Anibal, apesar do interesse do PT nacional em tê-lo como senador, vá conseguir o seu intento. O argumento mais forte será que Anibal nunca passou pelo teste da urna. Tornou-se senador por ser suplente de Tião Viana (PT). Obviamente que mostrarão pesquisas ao dirigentes do PT.
Estranho
Conversando com um dos petistas mais antigos do Acre ouvi a seguinte explicação: “O Anibal tem a casca dura de militante acostumado a adequar-se as situações partidárias. Vai conformar-se em breve em não ser candidato.” Mas não foi isso que aconteceu. Anibal continua esperneando…
Disputa principal
Tem horas que penso que a disputa mais emocionante em 2014 será a do Senado. Gladson Cameli (PP) e Perpétua Almeida (PC do B) devem fazer uma corrida de corpo a corpo e voto a voto. A vitória estará no detalhe.
Inversão de papéis
Na minha avaliação, a corrida pelo Senado deverá influenciar, inclusive, a disputa pelo Governo. Ao contrário de outras eleições, os dois candidatos mais fortes somarão ou dividirão votos com quem quer ser governador.
Tráfico como herança
Ouvi de um popular no Alto Juruá de que o único intercâmbio que deu certo entre o Acre e o Peru foi o de drogas. “ Ainda assim porque os governos não se meteram,” ironizou.
Será?
Um vereador de Marechal Thaumaturgo reclamava que a prefeitura de Aldmir Lopes (PT) têm atrasado os repasses para a Câmara e, consequentemente o salário dos vereadores. Se a notícia foi verídica um problema em ano de eleição.
Jogo forte
Também me disseram que o Governo do Estado pretende pavimentar 35 KM de ruas em Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. A ação do programa Ruas do Povo, num ano eleitoral, claro que terá resultado nas runas.
O papel de diplomata
O desejo dos políticos da Aliança seria que o senador Sérgio Petecão (PSD) desempenhasse o papel de conciliador nas eleições de 2014. Ele tem ainda quatro anos de mandato no Senado e não precisaria entrar na corrida eleitoral, ainda mais praticamente isolado. Ele seria o personagem principal para aplainar as arestas que surgem em qualquer coligação política seja de situação ou de oposição. Além disso, somaria seu mandato de senador a cinco deputados federais, seis estaduais, 10 prefeitos e 90 vereadores reforçando ainda mais a representatividade da Aliança. Mas a verdade é que a maioria dos membros da Aliança já perdeu a esperança de que isso possa acontecer.
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