O nível do Rio Madeira deve chegar a 17 metros entre sábado e domingo, estimam autoridades da Defesa Civil em Porto Velho, ficando a apenas 57 centímetros do recorde histórico de cheia, registrado em 1997. Na quinta-feira o nível oscilou em 16,30 metros e nesta sexta aumentou mais 15 centímetros. A cheia já havia sido prevista pelo Sipam, há cerca de um mês.
Para se ter uma ideia do nível atual, no mesmo período no ano passado, a Defesa Civil registrou 13,30 metros.
Segundo as autoridades, os principais problemas de alagação acontecerão nos bairros São Sebastião, nas proximidades da Avenida Farqhuar e o bairro Triângulo, ou Baixa União, que terá a área de várzea do Igarapé Santa Barbara invadida pelas águas do Rio Madeira. As áreas comerciais, no entorno do terminal pesqueiro, devem começar a sentir os efeitos da cheia em poucos dias, alertou o Sipam.
As cheias são consequência direta do escoamento das chuvas que também se apresentaram acima da média histórica na bacia do Rio Madre de Dios (Peru) e Mamoré (Bolívia).
O modelo de previsão do Nível do Rio Madeira, desenvolvido em 2006 em parceria entre Sipam e Agência Nacional das Águas (ANA), indica a cota de inundação na cidade com 24 horas de antecedência e permite à Defesa Civil a localização precisa das residências que estão em risco de inundação eminente.
As cheias do Rio Madeira são esperadas pela população de Porto Velho no período de outubro a abril. O aumento dos níveis ocorre a partir da coleta da água da chuva pelos rios do sul do Peru e de quase toda a extensão da Bolívia.
Nesse período, considerado o inverno amazônico, as chuvas concentradas na região do rio Madre de Dios, peruano, e Mamoré, boliviano, provocam picos de cheias no distrito de Abunã e Porto Velho, bem acima da normalidade. Por três ocasiões, o nível do rio ultrapassou a máxima histórica registrada nos últimos 50 anos nos respectivos períodos.
