A Colômbia e a Venezuela firmaram nessa quinta-feira (6) acordo para combater o contrabando na fronteira comum. Os chanceleres Elías Jaua, da Venezuela, e María Ângela Holguín, da Colômbia, reuniram-se no estado de Zuila, Oeste da Venezuela, e acertaram detalhes da operação. Com vasta fronteira, equivalente a mais de 2 mil quilômetros (2,219), o contrabando de alimentos e de combustível tem afetado a economia e a segurança na região.
Os dois países se comprometeram a atuar em conjunto. Do lado da Venezuela, bens produzidos no país, como carregamento de combustíveis (mais barato) que forem levados ilicitamente serão repatriados e devolvidos ao território. O comércio entre eles sempre foi intenso, e a Colômbia é um dos maiores fornecedores de produtos alimentícios para o país. O que preocupa os dois governos é o crescimento do mercado ilegal.
Com o peso colombiano mais forte que o bolívar, alguns comerciantes passam ilegalmente produtos para comercialização na Colômbia. Segundo Jaua, o governo venezuelano fornecerá a Colômbia uma lista com os nomes dos produtos que estão proibidos de serem exportados na Venezuela. “Esse bens são, principalmente, alimentos, que servem para abastecer a população e não para servir ao contrabando”, explicou o ministro.
Em contrapartida, o governo colombiano adotará medidas. A ministra Holguín informou que será criado um centro binacional de coordenação para as operações de busca, apreensão e controle nas regiões fronteiriças dos países. Além disso, haverá um sistema de intercâmbio de informações para investigar e criminalizar estruturas ilegais e esquemas de contrabando.
Outra medida adotada será a identificação dos venezuelanos que usam cartão de crédito para fazer compras “fictícias na Colômbia”, com o objetivo de trocar pesos colombianos por dólares. Do lado colombiano, não há controle cambial e, por isso, especuladores atravessam a fronteira, usam o cartão para comprar dólares e levar a moeda americana para a Venezuela.
Com o mercado paralelo do bolívar, a moeda venezuelana sofre forte desvalorização e pressiona ainda mais a inflação no país. No câmbio paralelo, US$ 1 pode valer até 50 bolívares, quase dez vezes mais que o valor estipulado no câmbio oficial.
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