A possibilidade de Dilma Rousseff ser reeleita em outubro e o PT completar 16 anos no governo federal fez a expressão “alternância de poder” ganhar destaque na discussão política brasileira. Em artigos, editoriais e nas palavras de políticos, como o provável candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, a alternância de poder virou expressão de ordem, sempre no sentido de alternar não apenas o político no cargo (a atual legislação prevê um mandato máximo de oito anos para o Executivo) mas também o partido. Se a “preocupação” é grande no que diz respeito ao Planalto, o mesmo não ocorre no âmbito estadual. Há estados controlados há tempos pelos mesmos partidos, mas isso não tem sido percebido como ameaça à democracia.
Levantamento feito por CartaCapital mostra que o estado há mais tempo sem alternância de poder é São Paulo. A administração tucana teve início em 1995, com Mario Covas, e desde então ganhou todas as eleições. Houve um hiato de nove meses em 2006, período no qual o Estado foi governado por Claudio Lembo, então integrante do PFL (hoje DEM). Vice de Geraldo Alckmin, Lembo assumiu São Paulo quando o tucano deixou o cargo para disputar a eleição presidencial de 2006. Alckmin é o atual governador de São Paulo e, se for reeleito, o PSDB vai completar 24 anos no poder.
Atrás de São Paulo aparece o Acre como estado há mais tempo sem alternância de poder. O PT governa o Acre desde 1999, quando Jorge Viana, atualmente senador, assumiu o cargo. Ele foi reeleito em 2002 e deu lugar, em 2007, a Binho Marques. Eleito em 2010, Tião Viana (irmão de Jorge) disputará a reeleição neste ano.
Em Minas Gerais o PSDB está no poder desde 2003, quando Aécio Neves foi eleito. Ele permaneceu no governo até 2010, quando disputou a eleição ao Senado e foi substituído por seu vice, o tucano Antonio Anastasia, que acabou reeleito naquele ano.