Os diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) visitaram o Hospital Geral de Feijó no sábado e verificaram que a fossa do hospital está estourada há anos e o vazamento de todo o material resultou em uma aparente contaminação de todo o solo, incluindo o espaço em que está sendo construindo a nova maternidade. O caso será denunciado ao Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Ministério Público Estadual (MPE), Conselho Regional de Medicina (CRM) e Vigilância Sanitária Estadual.
De acordo com o presidente do Sindmed, José Ribamar Costa, o cheiro de esgoto pode ser sentido pelo corredor e do lado de trás do prédio, onde ficam as caixas coletoras. No local, também é possível notar que o encanamento está quebrado, deixando extravasar parte dos dejetos que deveriam ser depositados na fossa.
A aparente contaminação deixou o solo com uma aparência mais escuro e encharcado, problema que parece estar sendo ignorado pelo governo do Estado que no ano passado decidiu apenas aterrar um buraco aberto com o vazamento do material fecal.
O material que escorre do encanamento já afetou as paredes que também apresentam infiltrações na parte próxima ao vazamento.
“O caso é grave e exige solução imediata para a resolução desse problema. Se nada for feito o hospital poderá ser interditado, porque a instituição necessita de uma reforma para evitar que servidores e pacientes sejam vítimas dessa contaminação”, afirmou José Ribamar Costa.
Os diretores do Sindmed ainda flagraram que uma enfermaria foi desativada e está servindo apenas para guardar material considerado sucata, produtos que teriam sido doados por um hospital paulista, mas que nunca foram utilizados por estarem danificados.
“O hospital ainda apresenta pisos quebrados, completando o cenário de abandono do serviço público de saúde, denotando a necessidade de mais investimento”, destacou Ribamar.
O secretário de Saúde em exercício, Irailton Lima, disse que a Sesacre reconhece os problemas que enfrenta a unidade de Feijó, mas acrescentou que ainda este ano o hospital receberá novos investimentos tanto em sua estrutura física, como na aquisição de novos equipamentos.
“A Secretaria de Saúde reconhece os problemas dessa unidade. Não é nenhuma novidade. Providencias vem sendo tomadas. Nós estamos neste momento ultimando as negociações com o Ministério da Saúde e neste ano ainda nós faremos um investimento em reforma e ampliação da unidade na ordem de R$2,9 milhões e investimentos na compra de equipamentos na ordem de R$ 1, 1 milhão”, informou o secretário.
Por outro lado, Irailton disse que a Sesacre não tem “interesse em tratar assuntos como esse com o Sindmed” e acusou a entidade de fazer politicagem através de denúncias.
“Não nos interessa tratar de assuntos como esse com a direção do Sindmed, publicamente. O Sindmed faz denúncias com essa com um único propósito: dar visibilidade ao seu presidente que é candidato a deputado estadual. Nós não aceitamos que as questões da Saúde sejam tratadas dessa forma, com esse propósito. Se o Sindicato tivesse buscado a Secretaria, eles já teriam essa informação assim como qualquer cidadão, qualquer organização de classe, qualquer órgão de imprensa que buscar”, encerrou.